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Parágrafo
Nesta página e talvez no jornal todo, esta coluna é a mais antiga e o autor também, ainda que dentro do prazo de validade. A façanha começou em 1978, antes aconteciam inserções esporádicas, muitas vezes anônimas. A coluna teve altos e baixos, porém, mesmo oscilando, sempre se fez presente. As críticas aconteciam com naturalidade e os elogios não contaminavam. Aconteceram fatos memoráveis, como a sugestão da coluna, diante do uso e abuso indiscriminados, dos nossos locais, com os rojões, bombas e afins. Bastava nascer um cachorrinho que o dono recorria aos rojões. Sugerimos à Câmara Municipal a aprovação de uma lei criando um Rojódromo na serra da Água Limpa. No local, todos os “rojonistas” poderiam executar suas tarefas foguetórias, sem importunar o silêncio, o repouso dos bebês, idosos e doentes. O assunto rendeu! Na ocasião, alguns vereadores enviavam à mesa, projetos de lei para a instalação de “bicos de luz” em alguns locais da cidade, como se isso fosse objeto do Legislativo e não um trabalho técnico do Executivo municipal ou da empresa fornecedora de eletricidade. A sugestão do rojódromo foi uma benção para os vereadores, porque a população e a imprensa deram uma trégua aos edis despreparados para a função. A razão deste texto é que o autor da coluna está sendo chamado por expressão tipo “só sobrou você”. A referência é sobre as manifestações sobre a história de Monte Alto, que os demais colegas de página não fazem. Isso passou a acontecer depois que o mestre, de saudosa memória, Luiz Carlos de Vicente, não está presente entre nós, narrando os fatos históricos da cidade.

Ética
O médico termina o exame e diz para o paciente:
– Você tem dois anos e três meses de vida.
– Doutor, por que os três meses na contagem?
– É que não quero que você morra de repente!

História
No regime militar, ditadura mesmo, os governadores dos estados eram nomeados pelos militares, antes da nomeação o nome indicado era levado para a apreciação do Senado, que sempre aceitava a indicação, porque a Arena, partido do governo, era maioria. Quando o já falecido, Laudo Natel, foi indicado para governar São Paulo, entre a aprovação e a posse, havia um intervalo de 60 dias. Nesse tempo, Natel visitou várias cidades e Monte Alto foi uma. A comitiva veio de uma caravana composta de vários carros. Estacionaram em frente à prefeitura, onde hoje funciona um Fórum e foram a pé ao centro da cidade, onde tomaram café. Como fazia em todas as cidades, Natel que era diretor de um banco, foi visitar a agência local. Ele pedia para entrar sozinho nas agências, na nossa, o pessoal ficou no outro lado da rua. Laudo Natel entrou, dirigiu-se ao balcão de atendimento e disse ao funcionário que o atendeu, que estava precisando descontar um cheque. O funcionário disse que precisava preencher um formulário de saque e precisava saber o nome dele. Laudo Natel, respondeu ao cliente: “sou diretor do banco e estou visitando a agência”. O jovem respondeu: “olha, o senhor até se parece um pouco com o Dr. Laudo, não é ele, que não viria nessa agência mixuruca! A agência foi modernizada, o funcionário promovido e Laudo para o governo”.

Bandeira
Quando a França sofreu, em novembro último, o ataque terrorista, que vitimou mais de cem parisienses, todos os motoristas de táxis de Paris, colocaram seus carros à disposição da população sem cobrar nada pelos serviços. Em São Paulo, quando as chuvas inundam ruas e bairros, os taxistas cobram mais caro para transportar as pessoas sem condução e muitos populares cobram pedágio para empurrar carros que sofrem pane. Esporadicamente, alguém se arrisca a ajudar.

Cesto
Hoje, um empresário militante no comércio de Monte Alto. O pendor comercial é antigo, quando ele tinha nove anos, batia de casa em casa, pedindo às senhoras moradoras, alguns cajus (nos velhos tempos praticamente todas as casas tinham lindos cajueiros no quintal). A “superprodução” era tanta que as frutas caiam maduras. Todos davam vários cajus para o menino. Ele colocava todos em uma cesta de vime e os vendia nas casas do centro da cidade, que não tinham as plantas por falta de espaço. Com o dinheiro apurado, a matinê do domingo estava garantida. O moleque vendedor de cajus, quando as vendas estavam fracas, recorria a um expediente que chamava a atenção: Ele gritava na frente das casas e lojas: “olha o caju, compra quem gosta de tomar (fazia uma pausa) um suco”. Ele perdia a rima e fazia a venda!”.

Plantão
Juscelino Kubitschek de Oliveira, vereador e prefeito de Diamantina (MG), governador do estado de Minas Gerais, presidente da república do Brasil e vítima de um acidente rodoviário na Via Dutra, gostava de passar os fins de semana na estância mineira de Araxá, era médico pediatra. Certa noite, uma hóspede ao ver o filho com febre, ligou na portaria da estância hidromineral, perguntando ao porteiro se ele sabia da existência de um médico hospedado lá. O porteiro passou o telefone do apartamento do médico. Ela ligou, Juscelino atendeu e disse que estaria lá, dentro de alguns minutos. A mãe perguntou o nome dele e recebeu a resposta soletrada, devido ao Kubistchek. A mulher ficou possessa: “o senhor é um insensível, meu filho está doente e o senhor faz piada”. O telefone foi desligado brutalmente. Cerca de 10 minutos depois, batem na porta do apartamento, ao abrir ela empalideceu, era o presidente da república em pessoa, com a maletinha de médico na mão e o estetoscópio no pescoço. A mãe ajoelhou-se chorando na frente dele, que a levantou polidamente!

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