Lembro-me de certa matéria de que eu gostava muito, mas tinha muito medo da professora. Só de ouvir os passos dela pelo corredor, arrepiava-me. Eu tinha facilidade com o conteúdo porque me simpatizava e sabia da importância de aprendê-lo. Nas avaliações, sentia muito medo. Não por não saber o conteúdo, mas sim a forma como era aplicada e a forma como a professora conduzia as aulas e as avaliações. Isto era horripilante.
Como professor, não quero que os meus alunos tenha a mesma sensação. Muito pelo contrário, quero que eles sintam o prazer de ouvir os meus passos e a minha voz pelos corredores. Quero que olhem para a grade de horários e suspirem de felicidade em saber que terão aulas de gramática e literatura. Quero que sintam amor, e não o medo e o ódio. Quero que, nas avaliações, não fiquem ansiosos. Como professor, preciso fazer com que eles se sintam a vontade para responder as questões e as façam com segurança e acima de tudo, confiança. Para que isso aconteça, preciso lecionar uma aula excelente. Preciso me preparar para o conteúdo que será aplicado. Preciso ouvi-los e ser interrompido para que as dúvidas sejam sanadas. Preciso andejar pela sala e ir de carteira em carteira para observar o que foi assimilado, a forma como foi assimilado e as dúvidas que ficaram para trás.
Foi-se o tempo desta distância entre professor e aluno. O medo pelo docente ou pela matéria já não tem mais espaço neste século de mudanças e transformações. O aluno do século XXI não deve temer a escola. Ele deve sentir as boas vibrações, a boas sensações e deve, também, saber da importância que a vida escolar tem na sua transformação pessoal, social e emocional. E passar estas informações sendo um professor autoritário, ditador e rancoroso não é de grande valia. É preciso dosar. Se não o fizermos, estaremos desconstruindo sonhos e afastando os discentes de onde eles não deveriam nunca se afastar.
Um professor deve ter a consciência do poder que ele tem. Deve se conscientizar que a forma como ele age e a forma como ele conduz sua matéria pode edificar alunos apaixonados ou alunos temerosos. O mundo em que vivemos já é algo pavoroso. A escola e o discente não devem absorver este predicativo. Professor e escola devem ser pacíficos. Ensinar é pacifico, mesmo que a educação seja difícil e amarga. Não podemos piorá-la, mas sim melhorá-la. O prazer de ensinar gera o prazer em aprender.