O pé de mamão que deu vida ao bueiro

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Quem passa pela Rua Novo Mundo pode observar a vida que nasceu de dentro de um bueiro: um pé de mamão que eclodiu de um lugar insalubre. É preciso ter um olhar poético sobre a situação. O nome da rua condiz com o acontecimento: na Rua Novo Mundo há um mundo que surgiu no meio de tanta imundice. Há tanta desesperança ali que jamais pensaríamos em algo que fosse dar frutos. É claro que a qualidade é duvidosa, mas acontece que, naquele local, o pé de mamão nasceu, cresceu (está crescendo) e está gerando os seus frutos. Sabe aquele trecho da música dos Racionais Mc’s “tenha fé, porque até no lixão nasce flor”? Pois bem, eis que a vida imita a arte.

Ao mesmo tempo em que o pé cresce e gera os seus frutos, não podemos menosprezar o local que deu vida a ele. Mas fica o meu questionamento: o bueiro deu vida ao pé de mamão ou pé de mamão quem deu vida ao bueiro? Isso me traz uma reflexão à esperança, à diversidade e à empatia. Às vezes, enxergamos incapacidade nas pessoas ou em lugares por onde visitamos por não estar bem apresentados. A sociedade cria estereótipos que condena os bons, o simples e o singelo. Muitos não sabem que naquela rua há um bueiro. O pé de mamão deu visibilidade a um local invisível. Ambos compartilham do mesmo espaço. Enquanto um recebe toda a sujeira enviada pela água, o outro devolve com vida e esperança. Isso porque não se expressam e nem dialogam, porém dão exemplo ao mundo dos homo sapiens que, atualmente, tem carecido de sapiência.

Isto não tem nada a ver sobre quem é melhor que quem. Na verdade, é um exemplo de empatia que nos diz o seguinte: nós podemos sim viver com as indiferenças, com a empatia e entender que o mundo é diferente. Nós podemos sim dividir os mesmos espaços, trabalhar no mesmo local, sem tirar o brilho de ninguém. O mundo precisa saber que existem pés de mamões e bueiros: um pega na mão do outro para alavancá-lo, para dar vida e esperança àquele que se não conseguiu progredir. A vida não é uma disputa de espaço, mas sim sobrevivência. A gente luta pela sobrevivência sem diminuir a luta do outro, sem menosprezar e, principalmente, ter empatia e compaixão. Sejam mamões, mas ao mesmo tempo, se tiverem que voltar a ser bueiro, faça o outro brilhar sem segundas intenções. Apenas tenham empatia. É isso.

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