Desculpe-me, mas sou brasileiro e amo o meu país. Amo falar e entender desta última flor do Lácio.
Embora tenhamos alguns problemas para serem resolvidos, eu continuo amando-o. Sou um brasileiro típico, que acorda cedo para trabalhar para colocar o pão de cada dia na mesa. Tenho “um pardalzinho para dar água” e preciso do meu ofício.
Amo os sorrisos matutinos deste povo querido e a energia que corre em suas veias. O brasileiro nos olha com aquele olhar de esperança, acreditando que cada dia é um novo dia de aprendizagem e de muita luta.
Não tenho nenhuma vontade de sair daqui. Principalmente se for para a terra do tio Sam. Sei que quando eu chegar lá vão me olhar da cabeça aos pés, serei mais um suspeito num país que vive num ódio constante. Um povo que vive com medo do seu próprio povo porque não aceita as diferenças. Um país que sempre esteve em guerra. Cada etnia trava a sua própria batalha.
Nós, brasileiros, lutamos pela sobrevivência em tempos de crise econômica e política. Na terra do tio Sam se vive bem, mas há um ódio tão grande no olhar daquele povo, cheio de estereótipos e pré-julgamentos que há de se colocar numa balança o que realmente importa para se conquistar a tão almejada felicidade.
São inadmissíveis os comportamentos que se afloram por aquelas bandas. O que aprenderam nas escolas para cometer tais atos? Há cartilhas que ensinam coisas de brancos aos brancos e a outra coisa de negros aos negros? Se lá é um país de primeiro mundo, creio então que deixaram de ensinar o que é ser um ser humano. Deixaram de ensinar que embora pertencemos a diferentes raças e etnias, temos que respeitar um ao outro; deixaram de ensinar que cor não julga caráter de ninguém e que somente os atos são condizentes com as suas devidas acusações. É por isso que ainda prefiro a terra do Zé Carioca.
Os problemas são grandes, mas conseguimos viver sim com as diferenças, mesmo que tenha algumas indiferenças espalhadas por ai. Conseguimos compartilhar dos mais diversos gostos e lugares que não pertencem à nossa cultura. O nosso Brasil respira cultura. Nossa rica etnia e miscigenação fez nos tornar um povo único. Um mundo que cabe num único país. Um povo que transmite alegria por anda passa. Um povo que, mesmo sofrido, consegue viver na alegria da sua tristeza. Consegue derramar lágrimas de felicidade mesmo morando na infelicidade de um beco e uma viela.
E quando se derem conta que a solução para todos os problemas está no investimento de uma boa educação, o mundo vai querer vir para cá. Principalmente os descendentes do Tio Sam, que vão querer o segredo para a felicidade de uma nação. É simples: basta viver com as indiferenças e entender que de baixo da terra os vermes necrófagos pouco se importam a cor da sua pele e o quanto tem de dinheiro na sua poupança. Eles irão te devorar do mesmo jeito.