Nemêncio Tárraga Filho: a origem espanhola, a família e o trabalho

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img_1800Nemêncio Tárrega Filho, nasceu no dia 19/08/1932, filho de Nemêncio Tárrega e Encarnacion Deamo Aranda Tárrega. Tem três irmãos, já falecidos: José, Francisco e Lita. Casou-se com Maria Neide Branco em 05/05/1957, com quem teve o filho, Nemêncio. Pouco tempo depois ficou viúvo, e três anos depois, em 1960, casou-se com Nadir Tavares Tárrega em 1960 e da união nasceram os filho: Paulo, Luiz Fernando, Sérgio Marcos e Silvia Helena e os cinco netos: João Pedro, Mariana, Sérgio Junior e Ana Vitória e Catarina.

OS ESTUDOS – “Fiz o grupo escolar quando criança e depois, a escola de comércio. Me lembro da professora Guiomar Porto e a dona Salime Abuasse. Me formei em Contabilidade com os professores Dr. Adauto Freire, Dino Bruzadin e o professor Arruda Campos”.

DESCENDÊNCIA – “Eu era muito amigo do Pedrinho Penhalbel, somos filhos de espanhóis e onde estava um, estava o outro. Aprendi muito com o pai do Pedrinho, o Seo Henrique, ele era uma pessoa enérgica, quem aprendeu com ele, virou uma pessoa muito correta, ele não admitia erros e tampouco comprar fiado. O meu pai também era assim, eles formaram os filhos pessoas muito corretas”.

TRABALHO – “Quando criança, eu saia do grupo escolar e meus pais me punham de castigo para não ir bagunçar na rua, eles falavam que era para saber o que era o trabalho. Comecei a trabalhar com a venda, ia no Crispin Gomes e comprava réstias de cebola. Empilhava tudo no monte para vender. Trabalhei com o Seo João Valente, aprendi muito com ele, que também era uma pessoa muito exigente. A empresa dele era de secos e molhados e ficava onde hoje é a Esquina dos Pneus Colla. Depois, trabalhei 10 anos na CRAI. Um dia, eu e o João Calegari nos encontramos com o Dr. Mazza na Festa de Agosto, e dissemos para ele que queríamos trabalhar, então, ele disse para irmos na CRAI, e lá, conseguimos nosso emprego. Minha primeira função era fazer as cachetas para doce; depois, fui encarregado de sessão e logo me proveram para o escritório. Eles tinham confiança em nós. Daí, fui para a fabricação. Tive contato com o Comendador Castro Ribeiro dentro da empresa e ele sempre me dava conselhos”.

MENINA IZILDINHA – “Eu tinha amizade com o Comendador devido ao meu serviço. Ele era irmão da Menina Izildinha, e quando o corpo dela chegou em Santos, vindo de Portugal, ele chegou a me convidar para ir junto buscar, mas como podiam ir poucas pessoas, achei melhor não ir. Lembro-me como se fosse hoje. Ela veio para o cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros. Eu ia sempre pra lá a convite do Comendador, observava que o movimento no seu túmulo era muito grande, vinham muitas pessoas se arrastando de joelho pelas graças alcançadas e nós, sempre admirávamos isso. Passados os anos, começou uma tentativa para trazer o corpo dela para Monte Alto. Aquele terreno, onde hoje é o Mausoléu, o Comendador tinha me dado, mas eu falei pra ele pra trazer o corpo dela e colocar lá. Então ele mandou fazer o jazigo (Mausoléu) e quando ela chegou, colocou-a lá”.

PRIMEIRA BAZAR DE ARTIGOS PARA CRIANÇA NA CIDADE – “Depois de trabalhar dez anos com o Comendador, ele me ofereceu recurso e falou pra eu montar um negócio. logo eu pensei em abrir um bazar, na época não tinha loja de artigos para crianças e brinquedos. Fui o primeiro a montar esse segmento na cidade. Eu vendia tudo”!

FESTAS – “Me recordo das famílias Penhalbel e Sanchez, que nos juntávamos para fazer as comidas típicas da nossa querida Espanha, comíamos a Paellha, o Grão de Bico e o Garbanzo, especiadades que meu filho Nemêncio ainda faz. Eu tambem adorava as Festas de Agosto, pra mim era uma maravilha, encontrava nossa turma, o pessoal da Igreja, era só alegria”.

CAPELA – “Tomei conta da Capela de São Benedito, juntamente com o Antônio Buzeto e o Padre Alfedro. Quando tinha as festas, ele sempre nos chamava para ir junto, íamos de guarda costas dele.”

JOSÉ PIZARRO – “Eu vivia dentro da Casa do José Pizarro, ele e sua esposa Laura eram muito bons; eu não saia de lá, era como um filho pra ele. Ele sempre nos ensinou a ser educados, aprendi muito com essa família. Ele fazia questão de nos ensinar como é que era a vida, falava muito de política também. Em algumas ocasiões, quando aconteciam reuniões de política, ele pedia que eu e meus amigos ficássemos sentados de lado, ouvindo para entender, pois caso um dia quiséssemos ser políticos, já teríamos uma noção. Ele era uma pessoa muito boa e humilde, passo hoje da frente de onde era a casa dele e me lembro daquela época”.

MENSAGEM – “A moçada de hoje tem que cuidar mais das obrigações da vida, e não se colocar no meio de porcarias. Procurem se manter numa linha 100%, e deem muito orgulho para seus pais”.

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