“Não tem carne em casa”

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Dias estes, deparei-me com um vídeo pelas redes sociais no qual um indivíduo chama a atenção de duas crianças por estarem portando estilingues. Ele pergunta ao mais novo o que ele tinha para falar sobre a situação, já que o uso do objeto era proibido. O menino, na sua inocência e apavorado pela forma que fora abordado, disparou uma frase que abalou as estruturas sentimentais, corporais e espirituais daquele rapaz: “Não tem carne em casa”. Imediatamente, o rapaz pegou um pacote de alguma coisa e deu àquelas crianças.
Aquilo foi um tiro da desigualdade que assombra este país. Uma mostra de como as crianças estão condicionadas a lutar pela sobrevivência da família. Crianças que estão perdendo o seu direito de ser criança e o direito de ir à escola para colocar o que comer em vossos lares. Uma infância sofrida condicionada a uma miséria de matéria, porém uma riqueza de alma. São seres humanos que crescerão com valores e aprenderão a valorizar as coisas simples e singelas que a vida proporciona. Entretanto, sem infância. Sem escola.
Uma criança sem essas condições mínimas de civilidade e cidadania cresce para o trabalho, para a sobrevivência. Viver-se-ão sempre em condições precárias porque lhe foram tiradas as necessidades básicas para se conviver numa sociedade: infância e educação. E assim serão as suas gerações. Seguir-se-ão os passos daqueles que, outrora, saiam para caçar pássaros ou qualquer outra coisa que pudesse servir de alimento. Degustar-se-ão da desigualdade em que estão inseridos.
As indagações sempre serão as mesmas: por que muitos têm tanto, e muitos outros têm pouco? As respostas não serão encontradas porque faltou-lhes a escola: escola para entender sobre cidadania, escola para entender a diferença de classes, escola para aprender a ler e a escrever e escola para aprender que o futuro se traça com um lápis na mão, e não com um estilingue.

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