O ano passado fui convidado como palestrante por uma faculdade aqui da região com o tema “Música e gramática”. Nesta eu explanei minhas vivências em sala de aula, onde utilizo a música para o ensino de algumas regras gramaticais. Sempre fiz a seguinte colocação; é mais fácil o aluno decorar uma letra de música do que uma regra gramatical. Então o que tenho feito em algumas salas é simples; crio uma melodia com poucos acordes e depois insiro a regra dentro da melodia. Pronto, música feita! A partir do momento que eles conseguem decorá-la, consequentemente irão se lembrar da regra. É um fator da aprendizagem que eles nunca esquecerão. Recentemente foi publicado um vídeo de uma escola na qual eu leciono, onde estou fazendo esse tipo de trabalho. Trata-se de um 6° ano que desde o começo do ano letivo, estou ensinando as dez classes gramaticais através da música. O que pude perceber é que até os alunos com dificuldade acabam entendendo toda a regra de cada classe gramatical estudada. Fiz o mesmo trabalho com o terceiro colegial (pupilos e pupilas) com alguns conceitos sobre as características do Romantismo. Tiro e queda! São coisas que se aprende e nunca mais se esquece. Voltando na questão da palestra, eu trabalhei algumas músicas da MPB que ajudam muito no ensino das classes gramaticais. Por exemplo, a música “Águas de março” (Tom Jobim) é uma enxurrada de substantivos. Dá para fazer um bom trabalho com ela na aprendizagem desta classe. Outra que também podemos usar no ensino dos substantivos é a “Linha de passe” do João Bosco. A música “Aquarela” e “Garota de Ipanema“ para trabalhar os adjetivos. Quero fazer uma indicação de uma banda que faz esse trabalho divinamente. Ela se chama “Sujeito Simples”. Trata-se de uma banda pop Rock que além de ensinar a regra, eles dão exemplos dentro da própria música. Enfim, às vezes é bom deixar o tradicional e buscar sugestões para que os alunos se concentrem na aula. Uma aula diferente passa rápido, cativa e deixa o ensino mais divertido.