Mulheres de Meia

Facebook
WhatsApp

Fases da Lua

 

Há muitos anos, escrevi num poema chamado “Fases da Lua”: “E sou assim como a lua, tenho fases, do meu jeito. Mas se mínguo e me apequeno, logo renasço e me aqueço, me visto de novo brilho e, plena, reapareço.”. E hoje, dia 06 de janeiro, ao completar 51 anos de uma vida intensamente vivida em todos os seus extremos, conquanto esteja escrevendo de manhãzinha, vendo o nascer do sol, me pego pensando na lua…
Há poucos dias assisti ao emocionante filme “A teoria de tudo”, baseado na biografia do renomado físico britânico Stephen Hawking, um dos maiores gênios da atualidade – e meu vizinho de aniversário, 08/01 –, no qual o cientista menciona a importância da lua para o equilíbrio do nosso planeta. Coincidentemente, estou lendo um livro de Eurípides Kuhl sobre o controverso tema da alma dos animais no qual ele também fala amplamente sobre a importância de nosso satélite para a vida e o equiíbrio da Terra.
Não entendo de Física, Astronomia e Cosmologia e nem mesmo sei direito sobre os períodos de mudança da lua, a menos que consulte as tabelinhas presentes na maioria das agendas e calendários. Como poeta que sou, me apego mais ao aspecto romântico da lua que encanta solitários e apaixonados e que serve para amantes pobres presentearem as suas amadas: “Meu amor, não posso lhe dar um presente, mas, lhe dou a lua como prova de meu amor!” Uma lua-latifúndio, onde foram fincadas bandeiras dos primeiros países que a exploraram, numa poderosa disputa espacial nas décadas de 60 e 70 e, ao mesmo tempo, uma lua multidividida nos moldes utópicos de uma ideal reforma agrária, entre muitas musas suspirantes e apaixonadas que gostariam de ganhar um anel, um perfume ou qualquer outro mimo, mas que se contentam em receber a lua como presente.
Embora pareça crendice, sabemos, por constatação, que a lua regula o fluxo das marés, que tem influência relevante no plantio e na colheita, nos cortes de cabelo e no nascimento das crianças, o que certamente justifica a presença do calendário lunar nas nossas agendas. E eu me pergunto se a lua – que me permito chamar de princesa, já que o sol é nosso astro-rei – teria influência também sobre nosso estado de espírito e variações de humor, sobretudo em nós, mulheres, que temos nosso ciclo hormonal alterado ao longo de 28 dias, minguando, crescendo, nos renovando e atingindo auges de lua cheia, que reina soberana, encanta e ilumina tudo ao redor. Os mais exigentes podem dizer que é errado falar em brilho da lua, porque nosso satélite não tem luz própria e apenas reflete a que capta do sol, mas, se ela capta a luz do sol e a reflete sobre nós, essa luz captada é dela, portanto, há luz da lua sim, e isso torna a vida na Terra ainda mais bonita. Até os lobos – ainda que domesticados e transformados em dóceis cãezinhos de pedgree, frequentadores de pet shops – a homenageiam com seu uivos aparentemente doridos e incompreensíveis aos humanos. Notem que basta um cãozinho uivar que logo é imitado por todos os cães da redondeza, numa sinfonia magnífica que, para muitos donos e vizinhos, é apenas um ruído incômodo que suscita muitos: “Cala a boca, vira-lata!”.
Mas nós, mulheres, além de nossas alterações hormonais ao longo do mês, quantas fases da lua não temos ao longo de nossas vidas? É certo que os homens também as têm, mas, como costumam ser mais racionais e comedidos, neles isso fica menos evidente. Já nas mulheres as fases são sempre claras e distintas. É certo que há pessoas tão exuberantes e otimistas que parecem imutáveis luas cheias e outras tão murchas que parecem passar pela vida minguando, mas, na verdade, todos vivemos fases e ciclos, pois tanto são importantes as vitórias e conquistas como os períodos de refazimento e recomeço. Por aprendizado empírico deveríamos, em nossos auges, nos lembrarmos que é normal a diminuição e o apequenamento da lua minguante e nos prepararmos sempre para as fases de vacas magras não desperdiçando as nossas vacas gordas e, em nossos piores momentos, nos lembrarmos que minguante é apenas uma fase da lua, sucedida pelo quarto crescente e pela lua nova, que se tornará cheia outra vez. Com essa atitude seria mais fácil não nos perdermos e nem nos afogarmos nos fluxos e refluxos das marés de nossas vidas.
Confesso que não gosto nada de minhas fases minguantes que, às vezes, parecem extremamente longas, mas, a fim de que a escuridão não consuma a mim e nem aos meus sonhos, conservo no meu coração uma imagem bem linda da lua cheia, para a qual eu sei que vou sempre retornar, por isso,“deixo que nuvens travessas venham meu brilho turvar. Não me importo, como a lua, tenho fases, do meu jeito. Mas se mínguo e me apequeno, logo renasço e me aqueço.”.

Registrando

VIVA A VIDA

Pais e familiares do jovem Arthur Neves se reuniram na noite de ontem, 30, por um motivo muito especial: celebrar

CAMPEÃO

A equipe Família Palestra conquistou o título do Municipal de Futebol 2024 em Monte Alto, logo em sua estreia na

PEDAL FELIZ

Na quinta-feira, 10 de outubro, o Rotary Club de Monte Alto realizou o projeto “Pedal Feliz”, oportunidade em que fez

ENCONTRO DE PALMEIRENSES

Está confirmado para o dia 23 de novembro o 2º Encontro de Palmeirenses de Monte Alto, que será realizado no