João Pagnan Sobrinho, nascido em 28 de outubro de 1935. Filho de José Pagnan e Delmira Correa Pagnan, tem como irmãos Jair e Jacir Pagnan.
Casou-se com Amábile Sublime Piovezan e da união nasceram os filhos Renato e Otávio e três netos: Leonardo, Livinha e Liene. Casou-se pela segunda vez com Maria Nívia de Oliveira.
Estudou inicialmente na escola do Sítio São José do Barreiro (Sitio da Serra, onde hoje encontra-se o Pedágio). Teve como professores Salime Abuasse e Estela do Vale. Iniciou sua vida profissional aos seis anos de idade, na roça, onde ajudava os pais após o retorno da escola.
Já jovem, mudou-se para a cidade e foi trabalhar no Banco Moreira Salles, onde permaneceu por 16 anos. Após desligar-se do Banco, montou sua empresa e passou a trabalhar com venda de veículos usados.
A política – Ingressou na política por influência do pai – que gostava muito, e participava das campanhas da época. Na década de 50 iniciou sua carreira política através do amigo, o ex-prefeito José Pizarro, dizendo lembrar-se que a Rua Nhonhô do Livramento era de terra.
Foi convidado pelo então vereador Silvio Golvoni para ser candidato e ficar em seu lugar, pois o mesmo queria parar com política. Nesta eleição, com o apoio de José Pizarro e Golvoni foi o candidato mais votado. O prefeito eleito no mesmo pleito foi o José Canali, o qual fez questão de frisar ser um bom homem, apesar de o mesmo não pertencer ao seu partido.
Curiosidade política – Pagnan conta que naqueles tempos os vereadores não recebiam salário e sim, “pagavam” indiretamente para exercerem o mandato, pois eram eles quem subsidiavam suas despesas como passagens, despesas com restaurante, além dos pedidos dos munícipes que eram muitos. O Legislativo contava com sete vereadores e que entre os eleitos estavam Dr. José Rodrigues, Dr. Armando Lépore, Dr. Júlio Raposo, Diogo Simão, Dr. José de Paula Eduardo, Sudano. Pagnan fez questão de frisar a grande amizade que tinha com o Dr. José Rodrigues, dizendo ser o mesmo como um irmão.
João Pagnan foi vereador por três mandatos sendo eleito também presidente da Câmara no ano de 1970. “Minha história política passa pela história de Pizarro”, afirmou.
O Político e visionário José Pizarro – Fala com admiração que o ex-prefeito José Pizarro era um bom homem e um grande líder política. “Quase todas as noites nos reuníamos em sua casa e muitas vezes fazíamos serenatas nas casas, especialmente na época das festas, entre elas a de Agosto.
“Jose Pizarro foi candidato a deputado ficando como suplente pelo PSP e assumiu em seguida. Nesta época como vereador sempre o acompanhava”, lembrou.
Segundo Pagnan, o então deputado trouxe muitas coisas para Monte Alto, já que, naquela época o pouco que se trazia era muito e disse que inclusive os lustres da Igreja do Senhor Bom Jesus foram comprados através de verba própria do deputado, tendo sido ele mesmo, Pagnan o encarregado das compras.
A divisão da Fazenda Bom Sucesso – “José Pizarro era um visionário, gostava muito de comprar terra e bois e chegou a encostar as terras de sua fazenda com a divisa de Taquaritinga”.
“Só para você ter uma ideia eu trabalhava com o Pizarro e a Fazenda Bom Sucesso tinha aproximadamente 500 alqueires, os quais eram habitados por inúmeras famílias.
“Ele chamou aproximadamente dezesseis famílias, dividiu as terras, sem que os mesmos desembolsassem qualquer dinheiro, pagando as terras apenas com a produção do que plantaram. Muitas dessas famílias, ainda hoje, permanecem no local”, comentou.
A cebola – “É um mercado louco, porém, ganhei dinheiro com ela também”.
Conta João Pagnam que quando ocorreu o episódio do cancro cítrico, no começo dos anos 80, ele não trabalhava com laranja, e sim com cebola. Fala que foi no ano de 1985 que mais ganhou dinheiro com a cebola. Após esse período, parou com a cultura da mesma.
Disse também que na cebola, os donos de terra nunca perdem, quem perde geralmente são os meieiros, pois as despesas de cultivo sempre ficam por conta deles.
O delegado e vereador – “Em minha época não havia nenhuma violência. Fui delegado de Polícia na década de 60, na época em que a política nomeava o Delegado”.
“Naquele tempo, agíamos diferente, íamos a campo. Eram outros tempos. Bons tempos aqueles!”
“Certa vez, houve uma briga política entre o grupo de José Pizarro e do Dr. Mazza. O Dr. Júlio Raposo pertencia ao partido do Dr. Mazza, e em dado momento quis acabar com a sessão, e nós fomos para a briga. Porém, eu que era Delegado na época e vereador, chamei o Delegado de Barretos (Seccional de Monte Alto na época) para cobrir a Sessão, pois eu não queria misturar. “Atiraram na lâmpada, o Sudano passou mal, a Polícia acabou com a Sessão”.
Mensagem – Infelizmente, os jovens estão sendo proibidos de trabalhar. Jovens, formem um Partido para que tenham força de pedir aos políticos que criem um a Lei para que os jovens possam trabalhar novamente com menos de dezesseis anos.