Lorisval Tenório de Vasconcelos: o idealizador e descobridor
Lorisval Tenório de Vasconselos nasceu em 3 de agosto 1944. Filho de Manoel Tenório de Vasconselos e Genoveva Tenório de Vasconselos, tem como irmãos Roberto (in memorian), Neusa, Marisa e Orivaldo. Casou-se em 1976 com Dolores Victório, que conheceu quando fazia a avaliação de uma propriedade rural no Distrito de Aparecida para o Banco do Brasil. Vasconcelos disse que ao bater na porta da propriedade, foi atendido por Dolores. “Foi assim que conheci minha Princesa”, contou emocionado. O casal tem três filhos: Rodrigo, Maico e Paula.
Em Pirangi fez o 1º e o 2º graus; começou a trabalhar muito cedo, aos 12 anos de idade. “Depois de eu ter sido o primeiro colocado no ginásio, em Pirangi, foram procurar o meu pai e ele me colocou para trabalhar no banco Julião Arroyo, antes mesmo de eu completar 18 anos. A diretoria do banco me transferiu para eu ser o contador do banco, em Monte Alto, só que eu não era maior de idade e não podia assinar os balancetes. Dois anos depois, ai sim, fui nomeado contador da agência de Jaboticabal. Naquela cidade fiquei até os anos 1980, porém, antes eu prestava serviços para o Banco do Brasil de Jaboticabal. Lá eu fiz agronomia na UNESP, prestei concurso e passei, e assim, assumi a Casa da Agricultura de Fernando Prestes e depois, vim para a de Monte Alto”.
A crise do Cancro Cítrico – “Eu assumi a Casa da Agricultura aqui na cidade em um momento muito difícil. Para você ter uma ideia, o problema do cancro cítrico teve início em Cândido Rodrigues, mas graças à habilidade do Sr. João Murakami e do Shinechi Kamada, eles conseguiram segurar, retardando o início da crise. Mas não teve jeito, ela estourou de uma maneira que o secretário Estadual de Agricultura veio aqui e a secretaria contratou 300 profissionais, além de adquirir 50 veículos para trabalhar no combate da praga que atingiu as plantações de laranja. O secretário me deu carta branca para fazer o que estivesse ao meu alcance para cercar o município e não deixar que o cancro se estendesse para outros municípios”.
A feira do Agricultor – Vasconcelos foi o idealizador da Feira do Agricultor que hoje é um marco na cidade. Indagado como começou, ele disse: “um certo dia eu pensei – Monte Alto tem uma agricultura variada, por que não fazer uma feira onde o agricultor venda seu produto direto para consumidor, sem a figura do atravessador? Fui procurar o Dr. José Rodrigues, que era o prefeito da época e contei a ele a minha ideia; e ele, como eram um homem de visão, colocou meu plano em ação pois sem prefeitura era impossível realizar a feira. No começo, a população estranhou um pouco, mais foi se acostumando e hoje ela cresceu tanto que é uma mistura não é só agrícola, vende de tudo… é um local de encontro de amigos”.
A grande descoberta – “Quando começou a se falar em Meio Ambiente, eu sabia que um dia a lei viria para valer e os agricultores teriam que plantar e preservar áreas de conservação ambiental. Comecei a fazer um pesquisa sobre algum tipo de madeira que pudesse ajudar neste problema, já que com certeza, os agricultores não iam querer plantar em local nobre da sua terra. Foi então que descobri, em pesquisa, que existia uma planta chamada Guanandi, e um Decreto assinado pelo Imperador D. Pedro I, protegia esta madeira. Ai eu pensei: se há 200 anos essa planta era protegida por um Decreto Imperial, não era por acaso. Peguei um avião e fui até a Embrapa e lá o engenheiro responsável confirmou a importância da planta que no passado só o império podia usar, já que ela servia para a construção de embarcações. É uma madeira de lei e eu encontrei duas árvores desta importante espécie atrás do extinto matadouro de Monte Alto.
Depois também, em Jaboticabal, ou seja, descobri um planta que serve para o reflorestamento até em brejo, não importa o terreno. De repente, fui procurado pela imprensa do Brasil, da América Latina, e hoje eu tenho clientes até na Europa”.
Dançarinos Itinerantes – “Certa vez, eu estava em Taquaritinga, quando vi um casal dançando muito bem e achei aquela cena fabulosa e perguntei para mim mesmo: será que um dia eu dançarei assim? Depois, descobri que eles eram professores de dança e os convidei para virem a Monte Alto nos ensinar a dançar. Eu e minha esposa reunimos vários casais para aprender a dançar e, certo dia, eu e o Hilário Apendino resolvemos fazer uma caravana itinerante para dançar também nos clubes da região”.
Mensagem – “Devemos procurar, em primeiro lugar, fazer aquilo que mais gostamos mais nem sempre é possível. É necessário se capacitar para se destacar e se realizar, trabalhando com prazer, nunca desistir. Eu demorei quase meio século para chegar lá, mais cheguei”.