Minha Terra, sua Gente

Facebook
WhatsApp

Maria de Lourdes Abrão: a história de uma vencedora

 

 

Maria de Lourdes Delvaz Abrão, filha de João e Amélia Pinheiro Delvas. Nasceu em Guariroba, distrito de Taquaritinga, no dia 30 de setembro de 1940. Tem como irmãos José, Nair, Oswaldo, Elpídio, João Luís e Claudemir.
Casou-se com Gibrahim Abrão no dia 20 de outubro de 1956 e da união nasceram os filhos: Sonia, Sueli, Silvia e Sandro e os netos Jackson, Renato, Braier, Paula, Diego, Marco Aurélio, Ian, Iasmin, Evandro, Karla e Paulo César, além dos bisnetos Arthur, Maria Eduarda, Rafael, Julia, João e Miguel.
Cursou o primário na Escola Rural de Guariroba e veio para Monte Alto, já casada, aos vinte e três anos de idade.
Ao chegar aqui, teve seu primeiro emprego na Padaria Delícia, cujo proprietário era o Sr. Omar Buchala. Em seguida entrou na CICA, principal empresa da cidade, que na época tinha como diretor o senhor Orlando Guzzo, Sílvio Gáspari como encarregado e a Doroti, também encarregada. Conta que na época havia muitos funcionários, entre eles, muitas mulheres. 

Uma líder nata, um fato interessante – “Na época eles tiraram algumas funcionárias de seu grupo e as colocaram na esteira para escolher tomate. Nós entrávamos às 6 horas da manhã e íamos até às 6 da tarde, trabalhávamos 12 horas e só parávamos para almoçar. Levávamos um lanchinho para comer e certa vez o Dr. Orlando chegou e viu uma das companheiras de trabalho comendo durante o trabalho e disse que iria dar um gancho para ela, uma suspensão de três dias. Foi então que eu levantei e disse: O senhor me dá licença de falar uma coisa: se o senhor for dar gancho para ela terá que dar para todos nós, pois, ela foi infeliz em ser vista lanhando. Se o senhor der gancho para ela terá que dar para todos nós, pois saco vazio não para em pé e todas nós já paramos, porém não fomos vistas comendo.
O senhor, certamente toda manhã toma seu café , se alimenta e nós não aguentamos ficar muito tempo sem comer. Minhas amigas, a princípio, ficaram apreensivas e até acharam ruim comigo, mas alguns minutos após, veio uma pessoa do Recursos Humanos com leite e chocolate, dizendo que o Dr. Orlando disse que alguém teria dito para ele que saco vazio não para em pé.
Logo depois, ele nos fez um comunicado dizendo que a partir daquele dia teríamos quinze minutos nos períodos da manhã da tarde para um lanche. As funcionárias ficaram impressionadas.
Logo depois da CICA, comecei a fazer salgadinhos para toda a cidade. Eram mais ou menos 15 bares que eu vendia, e me dei bem! Entre os clientes estavam o Bar do Matioli, o GEIC do Cestari, entre outros. 
“Tia Lurdes”, como é chamada por todos, conta que as filhas a ajudavam nas entregas e que a semana que trabalhava de dia, seu marido – que era motorista – trabalhava a noite, para que as crianças não ficassem sozinhas.
“O tempo passou e eu comecei a atender o GEIC, que tinha o Sr. Alcides Cestari como  presidente.
Ao ter meu filho Sandro, precisei dar uma parada, foi então que o Sr. Alcides me procurou e disse: ‘a senhora precisa voltar, pois já repassei inúmeras pessoas e não tem jeito, a senhora tem que voltar a fazer os salgados’, e com quinze dias de dieta, eu voltei. 
Porém, o meu sonho sempre foi ter um restaurante. Minha rotina era assim, a tarde eu fazia coxinhas, quibe, e de manhã eu levantava quatro e meia, cinco da manhã para fazer as esfirras.
Em 1973, consegui tirar minha carteira de motorista e comprei um Fusca, o que facilitou muito as entregas”.

O sonho do restaurante – “Inicialmente, abri um bar restaurante na rua do centro, a ‘Lanchonete Tia Lurdes’. Eu servia marmita e comida no bar. De lá, passei para onde é o Correio hoje, atrás da escola Dr. Raul e depois aluguei uma casa, onde eu dava comida e pouso, uma pensão; diga-se de passagem uma das primeiras da cidade. Assim foi até que meu marido teve infarto e eu precisei vender o restaurante e a pensão. Eu vendi para o Fachini, que me pediu que continuasse administrando, porém fiquei por um curto período.
Tempos depois, procurei meu contador e perguntei o que eu precisava para reiniciar minhas atividades de fornecer alimentos e ele disse que não precisava fazer nada, pois eu já era contribuinte por meio de uma pequena empresa que continuava aberta. E assim, recomecei e fui trabalhando no ramo até o ano 2000, servindo refeições e feijoada. Sou suspeita, mas dizem, minha feijoada é famosa até os dias de hoje”. 

As festas e mestre cozinheiro Taiaçu – “Sempre quis ser uma grande cozinheira. Procurei o mestre cozinheiro Taiaçu e lhe disse que queria aprender a cozinhar e que ele não precisava me pagar nada, apenas deixar que eu aprendesse ajudando-o na cozinha das festas. Ele me chamava para todas as festas e eu passei a fazer parte de sua equipe de cozinha”. 

Mima – “Participo do clube há muito tempo, e hoje sou membro da diretoria do MIMA, ao lado da presidente dona Olympia. Gosto de muito de dançar… me sinto bem. Em 2007 fui eleita Miss Simpatia da Terceira Idade”.

Mensagem – “Mulheres, lutem! Não se conduzam a caminhos errados. Eu trabalhei muito na vida e graças a Deus hoje tenho meus filhos criados, meus netos, bisnetos, minha casa, meu carro. Tenho idade hoje, mas se precisar, retomo o meu trabalho.
E aos jovens, digo que não caminhem por caminhos tortuosos, pois as drogas não destroem somente suas vidas, como também a vida de toda a família”. 

 

 

 

Registrando

DESTAQUE

No sábado, 15 de março, os alunos do Projeto Social Jiu-Jitsu Universitário brilharam na Copa Espaço Insano de Jiu-Jitsu Infantil,

CASA NOVA

Há oito anos presente no comércio montealtense, o empresário Rangel Castro inaugurou na manhã de sábado, 15, as novas instalações

38 ANOS DA COMANDER CALÇADOS

Inaugurada na esquina das ruas Nhonhô Livramento e Rui Barbosa, a Comander Calçados iniciou sua história no comércio lojista de

MAIS FOLIAS PELA CIDADE

Ainda sobre a folia montealtense, outros dois estabelecimentos da cidade realizaram seus próprios ‘Carnavais’. No sábado, 1 de março, o

Caminho da Fé 2025

Serras, trilhas, sol, chuva, lama… tudo isso faz parte do Caminho da Fé, um percurso desafiador que, há mais de