“Mingo” Colatrello: sua história e a certeza do dever cumprido
Domingos Colatrello Neto, nasceu em Monte Alto, no dia 3 de março de 1938, na fazenda Bela Vista, de propriedade de Dante Borghi. Filho de Antonio Colatrello e Elisabete Maida Colatrello, tem como irmãos Jaime, Odete, José Roberto, Luiz Fernando, Antônio, Vera Lúcia, Celso, Izilda,Wilson e Maurício.
Estudou na escola Dr. Raul da Rocha Medeiros, onde cursou o primário. Casou-se pela primeira vez com Percília Pereira de Souza e da união nasceram os filhos Werlington e Wagner (in memorian). Atualmente, é casado com Regiane Eliná Vera Brás.
Trabalho – “Só estudei no Raul, e o meu primeiro emprego foi como engraxate, aos oito anos de idade. Engraxei muitos sapatos do comendador Castro Ribeiro, Luiz Zacharias de Lima, Dr. Raul da Rocha Medeiros, José Pizarro, entre outros. Ainda adolescente fui trabalhar na CRAI, como ajudante de Mecânica de Máquinas e Caminhões. Após sair da CRAI, trabalhei como mecânico com o Antonio Moretti (Nitcha), com o Donato Sorgini e o Roco Romanella, os quais tiveram grande importância em minha vida, pois me ensinaram muito.
Depois, abri minha própria oficina mecânica, que se localizava no Posto Shell, da família Bahdur. Através dessa oficina me formei Mecânico Ajustador de Motores na Mercedes Bens em São Paulo. Levei para trabalhar comigo o Benedito Aparecido Carvalho, o ‘Fio’, meu amigo desde a infância.
Esse trabalho me abriu portas. Através da mecânica, consegui comprar terras na Tabarana com o Joanico Capelane e o Benedito Aparecido Carvalho e parti para o ramo da Agricultura; e lá estava o ‘Fio’ comigo novamente.
Com a Agricultura fui pioneiro no CEAGESP de São Paulo, e lá adquiri o Box de número 16.
Na antiga estação, onde hoje é o Clube Recreativo Turcão I, era o meu barracão de Frutas, que comprei do João Rossi, Lá trabalhávamos dia e noite. Havia inúmeros funcionários, pois o movimento era grandioso. Mandávamos frutas para o CEAGESP e CITROSUCO.
O Neno Bolognini, ainda menino trabalhou comigo. Eu fui o seu primeiro patrão, era um rapaz muito competente. Antigamente a estrada era de terra até Campinas e o caminhão, quando chovia, levava meio dia para chegar até Matão. Era muito difícil”.
O Imparcial – “Em meados dos anos 60 fui sócio fundador da Indústria Gráfica Comtol juntamente com os amigos Adilson Tiezerini, Rômulo Pereira Martins, Romeu de Oliveira, e o Lima. Naquela época, existia o Jornal A Comarca, o qual havia sido desativado, foi então que me convidaram para ser sócio do novo Jornal que se chamaria O Imparcial”.
O Circo, a Bela e a Fera – “Eu tinha uma namorada e certo dia a convidei para irmos ao Circo, pois a atração naquela noite seria a peça ‘Tristeza do Jeca’ de Tonico e Tinoco. Minha namorada estranhou um pouco, pois nunca a havia convidado para o Circo, porém, aceitou. Juntamente comigo foram os meus amigos Antonio Sudano (muito amigo) e Marcos Chiquitelli. Ao chegarmos, o apresentador anunciou a atração maior do Circo e apareceu uma mulher loira, muito bonita que dançou Fox Trote e sapateando, começou a passar e olhar para mim. Continuando a dançar, passou novamente e parou na minha frente. Foi então que minha namorada disse: Vou embora. Começamos a discutir dentro do Circo e o Sudano tentado acalmar. Após o término do espetáculo, a tal moça loira chamou meu amigo Sudano e perguntou quem era eu, isso tudo aconteceu no sábado. Na quinta-feira eu voltei ao Circo, pois não acreditava que uma moça tão bonita, uma artista estava interessada em mim e disse-lhe que era compromissado. Pedi a ela que me desculpasse e ela me convidou para trabalhar com ela no Circo e eu novamente disse que não poderia. Passado um tempo, o meu amigo Sudano me chamou e disse: Estou pensando em chamar a moça do Circo para ser candidata a Rainha da Festa da Menina Izildinha e eu disse: você que sabe. O Sudano foi até ela e fez o convite, porém, ela disse que somente aceitaria se eu a convidasse. Eu a convidei e a festa foi um sucesso. O Sudano enxergou longe”.
A Festa de Agosto do ano de 1965 – “Neste ano fui presidente da Festa juntamente com a dona Jandira Correa de Paula Eduardo. Foi uma festa abençoada e foi a primeira festa fora da Praça. Na época, foi uma das melhores festas em arrecadação e teve como atração show de Vicente Celestino e inúmeras Orquestras. O Padre era o Alfredo Aloizio. O Vicente Celestino entrou cantando Porta Aberta, sem microfone, nas barracas. Andando e cantando, e o povo aplaudindo. As mulheres gritando, chorando. Foi emocionante”.
O lado triste da festa – “Aproximadamente dois meses antes, o Sudano que era o festeiro, o leiloeiro, o homem que animava as festas, faleceu. Tivemos que encontrar um novo leiloeiro foi então que encontramos o Landinho Morgado.
No início dos anos 70 foi Leonino, fazendo parte dos membros do Lions Clube.
Saindo da agricultura, parti para o ramo empresarial e permaneço até hoje”.
Mensagem – Ser honesto é obrigação. Trabalhar e construir uma vida com dignidade sem falsa ilusão. O mais importante é ter uma ligação com Deus, seja qual for a religião. Sem ele não chegamos a lugar algum. É preciso ter fé e perseverança!