Minha Terra e sua Gente

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Carta ao Papai Noel
Meu querido Papai Noel, está começando dezembro, não esqueça que o senhor tem um compromisso, uma missão com todas as crianças do Universo e automaticamente, do Brasil. Sabe Papai Noel, mesmo estando na terceira idade não morreu a criança que um dia eu fui. E a partir de agora, lembro-me que quando criança perguntava à minha mãe: – “Mamãe, o Papai Noel vem pela chaminé e sai da terra dele em um trenó, de que jeito ele vai vir aqui? A gente não tem chaminé. E o trenó, vai passar todos os morros de areia (Dunas)?
Minha Mãe respondia carinhosamente – fique tranquilo, meu filho, ele vem em um grande navio cheio de presentes para vocês, crianças, se forem comportadas.
Quando menino morava a beira mar e muitas vezes nos meus sonhos de criança ficava olhando para o infinito do mar com meus irmãos, esperando ver o navio do Papai Noel trazendo nossos presentes. A gente achava que ele desceria com seu trenó puxado pelas suas renas, cheio de presentes, aquele velhinho barrigudo, bonzinho de barba branca não podia faltar em nosso Natal. Era sonho de criança na mais pura imaginação real.

Carta a Papai Noel – continuação
Sabe Papai Noel estou lhe escrevendo esta carta e tenho certeza que muitas crianças também estão fazendo neste momento pelo mundo afora, é assim todos os anos, elas esperam pela sua vinda. Sei que este ano será difícil como foi há cem anos, em 1920, quis o destino que hoje nós vivêssemos uma pandemia mundial como naquele ano, quando a gripe espanhola dizimou muita gente, principalmente crianças, só que eu fui pesquisar e vi que apesar de todo dilema que vivia a humanidade daquela época, o senhor não deixou de vir e trazer os nossos presentes. Vi até uma foto sua em um momento, descansando, se refrescando do nosso calor tropical, tomando uma Coca-Cola… rssss e diga se de passagem, merecida.
Não deixe de vir esse ano, o Coronavírus, por mais forte que seja, não vai desencorajar o nosso sonho de criança, nem sua missão de nos encantar. Se precisar colocar máscara não tem problema, venha mesmo assim. Pode ser que quando chegar a data de o senhor vir, em 24 dezembro, algumas crianças tenham o privilégio de chegar mais perto do senhor, afinal, talvez até lá já existam vacinas em seus países que são mais ricos; porém, como o senhor e todos nós não fazemos distinção, mesmo sendo mais pobres, olhe para crianças dos Países em guerra que vivem em acampamentos, sem esperança e refugiadas, pelas crianças de alguns países africanos que nem tem o que comer, dos Países da nossa pobre América do Sul e também por todas as crianças do nosso Brasil.

Desculpe nossa Falha
Na última edição desta Coluna, me referindo à coluna Polis, assinada pelo jornalista Luiz Felipe Nunes, da qual sou leitor, ao falar sobre o levantamento feito por ele com referência aos vereadores que que tinham passado de mil votos, disse que Felipe tinha esquecido de citar este colunista que tinha obtido 1060 e o Tio Frank, que na mesma legislatura de 2008 obteve 1090 votos. Só que cometi também um erro, disse que tinha sido o único jornalista eleito na história de Monte Alto, e falhei. Fazendo justiça, Felipe Nunes me corrigiu acertadamente. Antes, já havia sido eleito vereador em Monte Alto o jornalista Aparecido Augusto Marcelo, e mais ainda, Marcelo é formado em Comunicação Social pela Universidade UNAERP de Ribeirão Preto. E este colunista também tem MTB registrado na Carteira Profissional, baseado em lei de Anistia dos anos 80, quando o Sindicato dos Jornalistas reconheceu que quem trabalhava na área há anos tinha o Direito de exercer a profissão, lei que depois foi revogada, e posteriormente não exigindo mais a necessidade do diploma para exercer a profissão de Jornalista desde que cumpridas algumas exigências no trabalho de comunicação. Quero lembrar que sou da época do chumbo, quando se fazia jornal letra a letra.

Recuerdo de Ypacarai
Una Noche Tibia nos Conocimos, Junto al Lago Azul de Ypacarai… Assim começa nossa aventura, com os primeiros versos deste lindo clássico Paraguaio. No começo dos anos 80, iniciei um trabalho pioneiro em Monte Alto na área de Turismo. Trabalhava na Rádio Cultura e fazia Turismo. Comprei dois ônibus fiado de um amigo, só que eram bons veículos, que por sua vez, ele os tinha adquirido da Viação Cometa. Por ironia do destino, o modelo dos ônibus era ‘Dinossauro’. Naquele tempo ainda não tinham sido descobertos os fósseis de Dinossauro em Monte Alto. Convidei o meu amigo Décio Durigan para trabalhar comigo, pois na época, ele era considerado uns dos melhores motoristas de Monte Alto e um dos que mais conhecia as estradas e cidades deste Brasil.
Certa vez, em uma de nossas andanças levando o povo de Monte Alto para conhecer outros pontos turísticos do nosso país e da América do Sul, chegando em Foz do Iguaçu, continuamos a viagem até Assunção, capital do Paraguai. Porém, o continente latino vivia um momento de tensão e sob o domínio de grandes ditaduras, inclusive o Brasil. Lá em Assunção, como todo jovem aventureiro, falei para o Décio: – e aí parceiro, vamos levar este povo de Monte Alto para conhecer o lago Azul de Ypacarai? E Décio respondeu: – vamos nessa, agora!

Lago Azul de Ypacarai 2

Continuando nossa viagem de aventura, pegamos o ônibus e falei para o povo, já que não estava na rota da viagem: – pessoal, agora nós, eu e o Décio, vamos levar vocês para conhecer o Lago Azul de Ypacarai, o que vocês acham? Todo mundo respondeu: – vamos nessa! Começaram a gritar e aplaudir.
Aí, gritou o China (Walferdin José Rodrigues, que trabalhava no Baby Barione): – deixa comigo Alencar, eu já aprendi falar Guarany. E lá fomos nós para a cidadezinha veraneio de São Bernadino, onde fica o famoso lago cantado em prosas e versos pelo Paraguaios, inclusive, com a música famosa “Recurdos de Ypacari”, até hoje, um clássico da música latina. Chegando lá, sentamos no quiosque e o China disse que precisava tomar um copo de leite, pois não estava bom do estômago. Fomos até uma lanchonete à beira do lago, ele pediu o leite, e a moça não entendeu e trouxe um vidro de Pimenta. Ele muito gozador, uma pessoa sensacional, começou a querer falar achando que estava se comunicando em guarany. Falava devagar, misturando portunhol e disse: le-i-te (le-che)! E a moça rindo, ainda sem entender, emendou: Pi-mi-enta? China respondeu ‘no mu-ta-cha’! Foi uma risada só… Moral da história: ninguém sabia nada em Guarany nem o tradutor China…rsrs. Foram marcas do que se foi em nossa história que deixou saudades, registrada aqui, nesta coluna.

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