Mc… vergonha!

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Dias estes, vi um vídeo de uma pseudoartista desmerecendo o trabalho do professor. Ela dizia que ser docente no Brasil é não ter nada para fazer em casa. Fez comparações de salários entre outros absurdos que não vale a conjugação de um verbo. Como amante da profissão, não posso me calar perante as palavras de quem produz músicas que maltratam a flor do Lácio. Uma artista que tem como talento o corpo e o coloca como objeto, não consegue formular uma reflexão sobre o que disse. Obviamente que a comparação de salários é real, mas a intelectual, é discrepante. Um professor vive e sobrevive do seu intelecto e da sua capacidade em educar – como ela diz – o filho dos outros. O filho de um professor tem orgulho da profissão exercida pelos pais. Não sei se os filhos desta sentirão o mesmo orgulho. O professor inspira; ela não acrescenta nada na educação. Muito pelo contrário, é um mau exemplo para jovens e crianças.

Numa sociedade que se banaliza e procrastina, o fútil se torna útil. Isso as leva a exaltar as babaquices que o cenário musical produz. Músicas que objetificam o corpo da mulher e que colocam vocábulos desavergonhados no linguajar de crianças têm tomado espaço e se propagado neste vasto país rico de cultura. Entretanto, ultimamente, estão cultuando a vergonha, o devasso, o depravado entre outros adjetivos que não vale a pena utilizá-los. Nem verbos nem adjetivos. Damos valores a tantas imbecilidades, porque achamos engraçado e vulgar. Estamos vangloriando as idiotices de pessoas que não possuem o mínimo de talento, enquanto há tantos outros artistas de verdade que não são reconhecidos. Realmente, somos o país da inversão de valores. Somos um país que deve se envergonhar dos artistas que estão exaltando.

Não se trata de um posicionamento retrógado, mas sim de valorização e blindagem dos nossos filhos e alunos. Uma valsa, um forró e um samba no pé são mais valiosos do que qualquer encenação libidinosa de uma aparição em palco do ser em questão. Quanto mais se exalta, mais se dissemina o mau exemplo. E de mau exemplo, o nosso país já está abarrotado.

A gente não ganha os setenta mil reais, mas o pouco que ganhamos é de dormir com a mente tranquila, pois a nossa profissão constrói o que esta artista jamais conseguiria: sonhos. Somos movidos a sentimentos. Isto é algo que nenhum dinheiro compra. Vivemos do nosso intelecto e este ninguém nos tira. Corpo e dinheiro são efêmeros. Professores são eternos.

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