Luiz de Carlo, nascido em 14/01/1943 no bairro rural Anhumas, na Fazenda São João. Filho de Paulo de Carlo e Victalina Rodrigues do Amaral. Tem 11 irmãos, quatro falecidos: Gilda, Aparecida, Manoel e Domingos (in memoriam), Luiza, Francisco, Pedro, João, Luiz, Lurdes e Antonio. Casou-se com Dália Ferreira, em 1961 e tiveram dois filhos: Gilberto e Rosimeire. Tem quatro netos: Gabriela, Pamela, Renan e Bruno. Iniciou os estudos na escola mista no bairro Anhumas e teve como professora Dona Rosita Piveta.
Primeiro Emprego – “Meu primeiro emprego foi na roça, com seis anos de idade. Ajudava meu pai com a lavoura de café, e depois nas plantações de limão, mamão e cebola. Vim para Monte Alto no fim dos anos 60 e trabalhei na CICA, Fábrica de Artefatos de Borracha, Indústria Cestari, e sou funcionário público municipal há 10 anos”.
Bairro Anhumas – “O Bairro da Anhumas sempre foi um bairro rural importante, com solo fértil, lá se produzia de tudo, mamão, cebola, café, arroz, feijão, milho… além da existência do campo de futebol e também da capela de Nossa Senhora do Carmo, onde sempre aconteceram e acontecem muitas festas em seu louvor”.
Festa de Nossa Senhora do Carmo – Seo Luiz relatou a este colunista que naquele tempo a festa era mais comum, normalmente as pessoas doavam prendas. “Lembro-me com saudades da cozinheira da época, a saudosa Dona Lica, o festeiro era o senhor Manoel de Oliveira (Nelo), Antenor e Alcebíades dos Santos, também foram festeiros, o Leiloeiro era o Sudano, o Tibério era o responsável pela iluminação, com o gerador de energia, em sua caminhoneta, era uma festa muito boa, em que o pessoal da cidade ia nos ajudar. A procissão saía da capela, passava pela propriedade do Lourenço e do Fugita, sempre por dentro do bairro. Naquele tempo não tinha carro, então os devotos iam a pé da cidade até a Anhumas, eram 12 km, em linha reta pelas árvores da serra”.
Plantação de mamão – “Naquela época, o mamão era plantado e colhido com facilidade, diferente de hoje, em que há muitas doenças em sua plantação. Haja vista, que Monte Alto era conhecida em todo o estado, como a Terra do Mamão. Havia muitos produtores da fruta, sendo eles as famílias Piveta, Lopes, Fumes e também o senhor Nelson Dalseno, que inclusive era comprador, colhia o dele e comprava o nosso. Lembro-me que passávamos nossa produção para ele vender em São Paulo. Em 1978, o mamão começou a perder importância para a cebola”.
Plantação de Cebola – “Nos anos 60, o plantio da cebola era diferente de como é hoje. Fazia-se o canteiro para plantar, semeava a semente e transplantava a muda no chão, hoje já plantam a semente diretamente no solo, para tirar custo. Neste tipo de plantação, a família Fugita foi quem se destacou”.
Melhorias na Serra da Anhumas – “Penso que é preciso ter mais conscientização por parte dos proprietários rurais e dos políticos, distribuir mais sementes na serra, para ajudar a natureza crescer de forma saudável. Em meu tempo não existia desastre ecológico, hoje é fácil ver fogo em mata, e isto me entristece. Sempre morei perto do Rio da Onça, e lembro-me das pescarias que tinham, era mato lado a lado do rio, pessoas se banhando… hoje não temos mais estes privilégios da natureza”.
A paixão por Orquídeas – “Hoje, seo Luiz, além de ser funcionário público, é orquidófilo e contou sobre sua paixão por esta flor, tendo o seguinte pensamento: ‘Um orquidófilo nunca pode achar uma orquídea feia’. “Há uns 13 anos, eu estava passando em frente à loja da Massako Hori, e tinha um vaso de orquídea em cima do balcão. Eu pedi a ela que me desse uma muda, porém, ela não quis mexer na planta. No entanto, me deu uma dica de uma excursão que ia ter para um lugar que cultivava orquídeas. Eu fui, e por coincidência, encontrei com o Flávio Nogales, fundador do nosso orquidário. Sendo assim, despertou em mim a curiosidade de saber mais sobre esta espécie e também as maravilhas que a natureza nos oferece. Aqui em nossa região, na serra, havia muitas orquídeas, mas, infelizmente, a plantação de cana afetou as plantas, e não é possível mais vê-las no meio da serra. Quero destacar Alencar, que a espécie encontrada era a Walkeriana, considerada hoje, uma das mais caras”.
A primeira feira de orquídea – Seo Luiz lembrou que aqui na cidade não tinha sociedade
para realizar uma feira, então ele, juntamente com o Marquinhos Oliveira e o Flávio foram para Jaboticabal, para aprender e também vender. “Numa ocasião, o presidente da Associação de Jaboticabal, senhor Nei Galo, nos pediu para fazer uma venda na Praça Central, e foi um sucesso. Ele chegou em mim e disse: ‘Monte Alto já é merecedora de uma associação de orquídeas’. Com a resposta, eu afirmei: ‘Sr. Nei, nós vamos fundar uma sociedade aqui, mas eu quero reservar o direito de ir e vir. Quando não tivermos movimento aqui, vamos ajudar o senhor lá e vice versa.’ A primeira feira de orquídeas na cidade, foi de grande aceitação, na época o Flávio era o presidente e eu, tesoureiro, reunimos nossos conhecimentos e todos colaboraram. Tivemos 40 sócios na época. Para você ter um ideia, hoje temos sócios de Jaboticabal, Taiúva… enfim, é um trabalho regional, muito gratificante”.
Competições de orquídeas – Luiz destacou que os orquidófilos estão sempre presentes nas competições, e já se apresentaram em cinco estados: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná”.
Mensagem – “Falo aos jovens que tenham mais respeito pelo patrimônio, pelo próximo, pelas crianças e idosos”.