Luiz Carlos Udinal nasceu no dia 03/05/1943 em Jaborandi. Filho de André Udinal e de Angelina Rampim Udinal. Tem sete irmãos: Luzia, Nair, José Candido (in memoriam), Maria, Adélia, Terezinha e Aparecida. Casou-se com Helena Miquelin em 03/02/1973 e da união nasceram os filhos Fábio, Giovana e Fernanda. Tem quatros netos: Vitória, Manoela, Artur e Alice. Iniciou os estudos na Fazenda Brumado, em Jaborandi, tendo D. Letícia como primeira professora. Na 4ª série foi estudar na cidade, no Grupo Escolar.
Primeiro Emprego – “Meu primeiro emprego foi aos oito anos de idade, junto com meu pai e meus irmãos, na roça. Plantávamos café, arroz, feijão, tomate, e também colhíamos e carpíamos. Lá no sítio, a maior colheita era de milho, arroz e café. Viemos para Monte Alto em setembro de 1957 e comecei a trabalhar como boia fria. Eu ia carpir cana em Jaboticabal, com o caminhão do empreiteiro Chico Grifa. Depois, trabalhei para o Sr. Ivo Bellodi na Usina. Em seguida fui trabalhar na CRAI, com ajuda de um químico (não me recordo o nome) que também estava empregado lá. Porém, não sei por qual motivo, fui demitido, e mais uma vez este químico me ajudou. Além do trabalho na CRAI, ele era fotógrafo e eu fui ser o auxiliar dele, ajudando-o a carregar os equipamentos. Como eu não tinha muita prática na cidade, voltei a trabalhar como boia fria. Trabalhei também no barracão de frutas do seu Onério Zago, que ficava na rua Jeremias, onde foi o Supermercado Português. Em meados dos anos 60, trabalhei durante sete anos na Fábrica de Borracha. Trabalhei também como vendedor de materiais para escritório. Além disso, durante dois anos trabalhei na armazém de Secos e Molhados, do Sr. Naim Haddad. Em seguida, a convite do Raul Rossi e do João Valente, fui vender queijo minas”.
O destino de um grande amor – “Quando minha esposa Helena tinha oito anos de idade, eu estava com 17; chegava perto dela e dizia brincado: ‘Cresce logo que quando você crescer eu vou casar com você’ (risos)… Ela corria para se esconder… (risos). O tempo passou, e o destino quis que nós nos reencontrássemos depois de dez anos e uníssemos. Nós nos casamos e construímos nossa família.
Sindicato da Borracha – “Passados seis anos que eu estava trabalhando na Borracha, foi mudado o sistema de carga horária de trabalho. Em minha opinião era muito diferente do normal. Trabalhávamos duas horas e descansávamos mais duas e assim sucessivamente, conforme as normas da época. Ficávamos 16 horas na fábrica para ganhar o correspondente a 8 horas. Num certo dia eu estava voltando do trabalho e encontrei um homem carregando umas malas e ofereci ajuda. Quando chegamos a casa dele, descobri que era o Juiz de Direito e então aproveitei a oportunidade para pedir orientação sobre os horários de trabalho. Sendo assim, ele disse que nada podia fazer, pois a Lei não estipulava horários de entrada e saída. Encontrei também, por acaso, com o Promotor de Justiça e falei a mesma coisa para ele, que confirmou o que Juiz já havia dito. Trabalhando com tristeza e sempre naquelas duas horas de descanso pensando em algo que pudesse melhorar, me veio uma luz e pensei: ‘Se os metalúrgicos tem um Sindicato, nós, também devemos ter’. Então procurei o Cidão Maida e o Reinaldo Chioda e fomos para Ribeirão Preto e, com a devida orientação do Sindicato de lá, conseguirmos trazer um Sindicato para Monte Alto”.
O ramo do queijo minas – “Em 1977 me dediquei especialmente à venda de queijos. Os fornecedores do João Valente passaram a oferecerem para mim também. O queijo mineiro até hoje é o mais vendido”.
O grupo de teatro da igreja – “Tínhamos um grupo de teatro da Congregação Mariana, que era comandado pelo Tomazzo Parisi, Padre Alfredo Aloisio, Tarcísio Donegá, entre outros… A partir da ideia do Chesman Crisman, fizemos a festa de Reis, que era realizada em frente à Matriz do Senhor Bom Jesus. Havia encenação, procissão com pessoal caracterizados como pastores e ovelhas, eram muito bonitas nossas apresentações, fazíamos com amor e dedicação. Infelizmente, a internet nos dias de hoje tem prejudicado a cultura, temos um teatro, uma estrutura física, porém, poucos grupos teatrais na cidade. Era preciso que a população, principalmente jovens, se interessassem mais por esta arte”.
O pescador – “Meus amigos de pescaria eram Orlando Mussato, Nelson Matsumura, Inésio Cola, Deolindo Marcussi, entre outros… Pescávamos no Córrego Rico, no Rio da Onça e Rio Turvo… Havia muitos peixes nos rios, toneladas e toneladas… Antigamente, sem nenhuma proteção, o excesso do agrotóxico colocado nas plantações escorria para os rios com a água da chuva e os peixes morriam. Certa vez, eu e meus amigos presenciamos uma cena muito triste, toneladas de peixes descendo rio abaixo, todos mortos… Dava vontade de chorar”.
Mensagem – “Caráter e honestidade são primordiais para uma boa convivência humana. Que os jovens lutem e não desistam dos obstáculos que Deus coloca em vossos caminhos”.