Cheio até a borda,
meu coração, meio louco,
é um velho relógio
cujo ponteiro das horas parou
-e o outro se perdeu por aí
feito um bobo.
Agonizava-se de enfado
até bem há pouco…
Dez minutos atrás, talvez vinte,
já nem sei
desligou-se,
pulou do peito por completo.
Já não sou aquela
que vivia perto dos limites.
Contento-me
em ser empurrada
no corredor,
fazer parte
apenas da textura
do universo.
Acredite!
– Já não me interessa
tanto alarde.
E nunca é tarde
para decorar o refrão:
De ternura, compaixão e desprendimento
é que se constrói
as eternas estruturas,
contentamento
no corpo, alma
e coração!