José Osvanir Livolis, o “Português”: cabeleireiro e barbeiro com muito orgulho

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IMG_1058José Osvanir Livolis nasceu em Bauru no dia 27/10/1940. Filho de José Livolis e de Izaura Livolis, tem sete irmãos: Márcio, José Luis (in memoriam), Paulo, Carlos, Marcos, Francisco e Leonor. Casou-se com Darci Chioda em 1964 e da união nasceram os filhos Fernando e Rita e dois netos, Felipe e Marcelo. Estudou em Monte Azul Paulista, na escola Coronel Aureliano Junqueira Franco.

Primeiro Emprego – “Vim para Monte Alto em 1955 e meu primeiro emprego foi no Cine Guarani, sociedade dos meus tios que me criaram: Liscano Coelho Blanco e Leonor Livolis Blanco, juntamente com Mário Veronezi. Lá eu fazia de tudo um pouco… Ajudava na bilheteria, também fui o vagalume (lanterninha), isto é, acompanhava as pessoas até as poltronas. Além disso, com nove anos de idade, eu trabalhava no período diurno no salão de barbearia do Luizão (casado com D. Rosinha Fusco), que era sogro do Geninho do Dr. Adaucto Freire. O salão ficava na rua Dr. Raul da Rocha Medeiros em frente onde hoje é a Esquina dos Pneus Colla. Depois fui trabalhar no escritório de Contabilidade do Valdemar Jardim. Em seguida, trabalhei na Indolma, no setor de compras. Lembro-me dos colegas da indústria: Airton Moreira, Nim Branco, Antonio Roberto Branco, apelidado de Alemão entre outros”.

O sucesso do Cine Guarani – “Naquele tempo havia sessões todos os dias e o cinema era muito frequentado. Lembro-me dos filmes que mais movimentaram a noite: ‘Os Dez Mandamentos’, ‘O Maior Espetáculo da Terra’, ‘Melodia Imortal’, ‘O Trapézio’, ‘Casa Blanca’, ‘E o vento levou’, entre outros que também foram sucesso no cinema. Além do filme ‘Suplício de uma Saudade’, um drama amoroso, que fazia muitas moças chorarem durante a sua exibição”.

O trabalho como barbeiro – Seo José contou que entre várias autoridades que passaram pela sua barbearia, lembra-se do Dr. José de Paula Eduardo, Michel Bahdur, Dr. José Rodrigues, Tito Botto, o Quintino do Cartório, Vernízio, Arlindo, Laerte Cestari, entre outros… “Naquela época eu só fazia barba com a navalha, hoje não a utilizo mais; uso a praticidade da máquina de barbear. Sou o barbeiro com mais tempo de carreira na cidade e estou no mesmo endereço, na rua Nhonhô nº 1265, desde que comecei na profissão, há 57 anos. Meu primeiro contato com a profissão foi quando entrei na barbearia do Sr. Bertozzi, que ficava onde hoje é o Bar do Basílio na esquina da rua Nhonhô com a Antonio da Silva. Me orgulho desta profissão, dela eu construí minha casa, constitui família e com ela viverei até o fim da vida, é uma honra ter criado história em Monte Alto com meu salão de cabeleireiro e barbeiro”. Para você ter uma ideia, Alencar, tenho clientes que começaram a cortar o cabelo aqui há décadas, e continuam comigo até hoje, entre eles, José Serralha, Sérgio Raposo do Amaral, Dinho Pelloso.
Quero deixar registrada minha amizade com o saudoso Sr. Borge Barbeiro, pai do Borginho Cabeleireiro”.

The Beatles mania e a crise – “Nos anos 60, o ramo em que trabalho sofreu uma crise, pois muitas pessoas deixaram de cortar o cabelo e também de fazer a barba para imitarem os Beatles (risos). Sendo assim, a profissão foi afetada em aproximadamente 20%, durante cinco anos, no auge dos Beatles e também sofreu queda nos anos 80, período marcado por uma inflação galopante”.

A chegada do corpo da Menina Izildinha – Zé Português relatou a este colunista como foi a vinda do corpo da Menina Izildinha, que chegou na cidade no dia 8 de março de 1958. “Naquela época, as pessoas que queriam ver o corpo estavam enfileiradas desde a entrada da cidade, onde havia uma árvore chamada Pau D’alho, até o final da rua Nhonhô Livramento. Esta cena me marcou muito, eu nunca vi tanta gente como naquele dia”.

Lembranças – “O que mais me chamou atenção entre os festejos já realizados em Monte Alto, foi o Desfile Cívico do Centenário da cidade. Lembro-me com saudades das fanfarras, dos detalhes dos carros alegóricos e das homenagens realizadas no dia 15 de maio de 1981, pelos 100 anos da Cidade Sonho. Foi o dia inteiro de festa e o responsável pelas decorações foi o saudoso professor Luiz Carlos de Vicente, foi um dia lindo e inesquecível. Sinto saudades também da Festa de Agosto, quando era realizada na Praça Central, nos anos 60”.

Mensagem – “Falo aos jovens que sejam compromissados com os estudos e com o trabalho. É muito importante ter determinação e disciplina na vida”.

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