João Lopes Manzoni nasceu no dia 17/10/1931, em Vista Alegre do Alto. Filho de Angelo Lopes Bud e Maria Manzoni, tem seis irmãos: Antônio (in memoriam), Manoela, Helena, Izabel, Izaura e Osmar. Casou-se em 1964, com Maria do Carmo Lanfredi Lopes e da união nasceram dois filhos: Elaine e Marcelo. Tem três netos: Guilherme, Leonardo e Vinicius. Iniciou os estudos na Fazenda Gordura, de propriedade do seu falecido avô, e lá estudou até o segundo ano primário.
Primeiro Emprego – “Meu pai comprou um sítio, e nele morávamos e trabalhávamos. Depois, ele comprou o carro de praça do Chiquito, de Monte Alto, e fomos para Ariranha, mas o negócio não vingou e ele vendeu e comprou um bar em Pirangi. Mais uma vez não deu certo e ele adquiriu o Hotel Central daqui, nesta época, eu trabalhava na empresa DER fazendo valetas nas estradas. Meu pai resolveu mudar para Santa Fé do Sul e quando chegamos lá, nos deparamos com uma casa de barro no meio do mato, cheia de pernilongos durante a noite. Eu tive a iniciativa de falar com minha mãe para voltarmos, pois não era uma boa coisa ficarmos lá. E assim foi feito, fomos para Ariranha eu, meus irmãos e minha mãe, meu pai ficou em Santa Fé. Recebemos um convite do sr. Gino Mota, proprietário de uma fazenda em Ariranha, que nos fez a proposta de morarmos em uma casa de sua propriedade, que estava desocupada, em troca de trabalharmos para ele. Começamos a cortar cana, colher café, cuidar da horta, plantar tomate, enfim… fazíamos de tudo. Como eu tinha carta de motorista eu fiquei trabalhando com o caminhão, puxava tomate, tijolo e até lenha. Tive uma premonição para vim morar em Monte Alto, e a partir daí, fui trabalhar no Posto de Gasolina do Armando Faria, eu era frentista e também lavava os carros. Em seguida, recebi um convite do‘Gerbão’ para trabalhar na empresa do sr. Valter do Vale, mas eu fiquei na dúvida em aceitar, pois não tinha leitura, não sabia ler o suficiente. Mas mesmo assim, fiz entrevista e comecei a trabalhar, e hoje falo com certeza Alencar, que lá, foi minha escola. Aprendi tudo na loja, vendia, comprava, fazia todas as funções. O Valter tinha loja em Jaboticabal, Taquaritinga e Monte Alto, eu trabalhava nas três, montava máquinas, dava assistência, fazia entregas, enfim… ele me ajudou a crescer. Num certo dia, eu falei para ele que ia sair, pois eu tinha uma quantia guardada da venda de um carro, e ele me disse: ‘Oh, se você quer isso tudo bem, mas o dia que você precisar de trabalho, o seu lugar vai estar aqui”.
Negócios – “Eu trabalhava na época com o Gerbão, que era meu companheiro e me ajudou muito. Íamos de três a quatro vezes na semana a São José do Rio Preto comprar Kombi para revender aqui na cidade. Além disso, eu comprava veículos e revendia em Taquaritinga. Eu disse para o Gerbão que ele precisava parar de trabalhar comigo e dar oportunidade aos filhos, e foi o que aconteceu… Passados uns dias, encontrei com o Finatti e começamos um negócio juntos, ele disse: ‘João, melhor negócio é com caminhão, vamos mexer com isso’. Em 1970, nós comprávamos e vendíamos caminhões, sendo Catanduva a melhor cidade que conseguimos bons negócios. Também trabalhamos no Paraná, havia um corretor que era apelidado de ‘boca de ouro’ e nos disse que lá tinha dado uma seca danada que matou toda a plantação, e os caminhões estavam muito baratos e fomos a Londrina para comprar. Chegamos lá, o povo pedia por favor para comprar o caminhão que estava parado, não tinha o que puxar. Eu e o Finatti comprávamos lá e vendíamos aqui”.
Seguimento de imóveis – Perguntado por este colunista o que o fez partir para a área de imóveis, João contou à coluna que sempre gostou e via que este campo era o melhor para ele, pois imóveis e terrenos são capitais, já os automóveis são apenas conduções. “Em 1974 comecei a comprar casas, tudo o que eu conseguia de lucro, investia em imóveis. Lembro-me que a primeira foi na rua Rui Barbosa, onde está até hoje com o mesmo inquilino”.
A compra da casa onde reside – “O Roberto Lauer era um grande amigo nosso, ele sempre nos visitava, e eu falei: ‘Roberto, você que é mais chegado com a D. Matilde Gatti, vai até lá e fala que gostaria comprar a casa dela’. Entretanto, ela disse que precisava falar com seu irmão, o Paulo Gatti, para ele liberar o imóvel, e entramos num acordo. Quando minha mulher viu a casa pela primeira vez, ela disse que era do jeito que sempre quis. A casa da D. Matilde é esta que moramos até hoje. Além disso, tenho vários imóveis alugados na cidade, inclusive na rua central”.
Ou o carro ou o casamento – “Eu tinha um carro Ford 37, era a coisa mais linda, no qual eu ia para Taquaritinga fazer minhas farras. Quando pedi a Maria do Carmo, hoje minha mulher, em namoro, ela me deu três meses de prazo e disse: ‘Namoro com uma condição: se você vender o carro’. E eu não tive escolha, ou ela ou o carro, claro que escolhi ela, e vendi o carro, mesmo com dor no coração”.
O folclórico Banco do Veneno – “Naquela época havia um banco em frente a padaria Delícia, e todo mundo tesourava todo mundo. Nas conversas, os principais assuntos eram sobre a vida dos políticos, os falecimentos do dia, uma doença de alguém, os caloteiros, os divórcios que aconteciam, as traições de marido e mulher… enfim, todo mundo sabia da vida de todo mundo. Era só passar em frente que a tesoura comia… (risos), por isso foi apelidado de Banco do Veneno”.
Mensagem – “As pessoas precisam ter coragem para enfrentar os desafios da vida, ter fé e disposição para vencer e trabalhar muito”.