Você já ouviu falar sobre Integração Sensorial? O termo sensorial diz respeito há tudo aquilo que percebemos através dos nossos sentidos, a saber: tato, olfato, visão, audição e paladar. É através destes sentidos que recebemos informações, internas e externas, e que percebemos o mundo que nos rodeia.
A integração sensorial é o processo pelo qual o cérebro trabalha com todas estas informações percebidas e recebidas, de modo a dar uma resposta adaptativa adequada para estes estímulos organizando, assim, as sensações do próprio corpo e do meio.
Através das vias sensoriais é que nos localizamos no espaço, percebemos a sensação de calor ou frio, recebemos e filtramos os sons, por exemplo. É também por esta via que podemos sentir sensações corporais agradáveis ou desagradáveis. Se um tecido nos agrada ou pinica. Se um cobertor é macio ou áspero. Se um cheiro é bom ou ruim, assim como também o sabor dos alimentos. Nossa, olha só quantas informações! E estes são só alguns exemplos de funções de nosso sistema sensorial. Imagina o que pode acontecer se algo nestes sentidos estiver alterado?
Quando estes sentidos falham ou estão alterados, a comunicação com o meio fica desequilibrada dificultando tanto a percepção como as interações corretas, isto é, as respostas que a pessoa irá produzir diante destas sensações recebidas ficam inadequadas, causando diversos transtornos.
Estas alterações podem ser percebidas em situações como, por exemplo, crianças que não suportam determinado tipo de roupa ou textura, que andam na ponta dos pés porque não conseguem manter o contato da sola com o chão, crianças que possuem o que chamamos de seletividade alimentar, só aceitam determinados tipos de alimentos e se recusam a comer qualquer outra coisa.
Mas, não suportar barulhos altos por si só e evitar determinados lugares, outro exemplo de alteração sensorial, não traduzem a intensidade do que pode gerar uma desorganização neste processamento. Para crianças ou adultos com alteração do processamento sensorial, estas sensações chegam próximo do insuportável, promovendo comportamentos alterados, irritabilidade extrema e atitudes disfuncionais que prejudicam o desenvolvimento.
Em alguns transtornos, como no caso do Transtorno do Espectro Autista, estas alterações são mais comuns. Mas isto não significa que apareçam somente nestes casos. Uma criança dita “normal” e mesmo um adulto, podem ter alterações significativas no processamento sensorial e a partir disto, sem mesmo ter ciência do problema, desenvolver vários comportamentos que atrapalham a rotina e a vida.
O Terapeuta Ocupacional, sendo especialista somente nesta área ou não, é o profissional que está mais inserido neste trabalho, tanto para conduzir uma avaliação sensorial como propor intervenções que podem fazer muita diferença no desenvolvimento das crianças e também de adultos.