Ela é predestinada. Apaixonada pelo marido que lhe dera dois filhos lindos, não para em casa à noite. O marido, também companheiro e amante da esposa, vem notando diferenças no comportamento dela, principalmente após o jantar.
A família vive muito bem – os dois filhos completam a felicidade de todos.
O pai trabalha muito, faz hora extra – e aos sábados para ele é normal, das 07:00 às 12:00 é cobrador de uma firma. Quando chega em casa, nunca encontra a esposa, somente Homero e Hélen.
– Cadê a mamãe? – ainda não chegou? – então vou fazer o almoço, diz ele aos filhos.
E assim sucessivamente, todos os dias da semana – aos domingos, quase sempre falta ou quase nunca está. À noite, na semana, chega bem tarde.
– O que será que Heloísa faz, ou está aprontando?
E assim vão levando a vida. O marido indeciso desconfia de algo mas nada diz. Ele ama a esposa e não a quer perder.
Heloísa chega em casa na madrugada: ofegante, pálida e esfomeada. Floriano nem pensa em querer seguir a esposa, porque não quer, nem imaginar o que Heloísa faz.
Mas o tempo passa e a situação se complica: ela chega em casa sem batom nos lábios, com a blusa de frio por sobre os ombros, toda amarrotada, os sapatos sempre com o solado esbranquiçado.
Mas o que Heloísa esconde? Deixar os filhos sozinhos em casa até o pai chegar do trabalho e sem a refeição preparada para eles, deve ser muito sério o motivo de suas ausências.
E é, caros leitores e amigos: é caso seríssimo.
Após perguntas e mais perguntas, ela resolve confessar ao marido. E entre lágrimas, mas distante dos filhos, ela diz tudo:
– Floriano, sou fissurada em defuntos – pessoas moribundas e que após suas mortes, ali na urna fúnebre, precisam de mim. Eu não as conheço, mas minha presença é necessária. Canto, choro, falo, abraço, beijo… o morto me quer ali… tenho loucura pelo rosto pálido de qualquer defunto, e nossa presença no velório faz-me contentar: meu coração fica cada vez mais apaixonado. Que pena que ele se vai, mas já já outro chegará. Homem ou mulher, eles me fascinam. E ainda mais, os defuntos ficam mais bonitos e com meus beijos, parecem até sorrir ali dentro.
– Falo com seus familiares sobre a doença que tiveram, qual foi a complicação que os levaram à morte, o que deixaram de fazer, a herança que deixaram, o que mais a família precisa resolver.
O marido estarrecido nada diz. E dizer o que?
– Meu amor, você precisa de um psicólogo.
E Floriano respira aliviado!?!?!
Efemérides – 19 a 25-02-16
19- Dia do Esportista;
20- “Assim que você pensar que sabe como são realmente as coisas, descubra outra maneira de olhar para elas” (Robin Willians);
21- Tomada de Monte Castelo;
22- Criação do Ibama;
23- Dia do Rotariano – Dia da Sedução;
24- “A oração é o caminho que nos aproxima de Deus”;
25- “Os olhos são a janela da Alma”
Parabéns às aniversariantes: Professora Ana Silvia Morgado (28/02) e Professora Helena Paula de Paiva (01/03).