É final de bimestre. Final de ano. O corpo já não mais colabora com o ritmo em que nós professores levamos nesta reta final. A mente já não discerne mais trabalho e vida social. Há um desgaste muito grande nesta etapa que encerra o ano letivo. Há uma preocupação do rendimento dos nossos alunos nos vestibulares que irão encarar pela frente e principalmente do exame mais importante – Enem. Revisão, correção, atividades complementares. A mente já está numa pane constante. O corpo já não aceita mais os comandos. Parece que tudo se move automaticamente. Mas não podemos deixar a peteca cair. Foco, força e axé. É um período desgastante, mas também de muita concentração e estímulo para os nossos alunos. Se ficar evidente as fadigas que sentimos neste período, podemos refleti-las em nossos alunos dando a impressão de que o trabalho já está concluído. Nós sabemos que não. Este é um período – curto período – em que o nosso trabalho será avaliado. Esta avaliação vem dos resultados dos vestibulares que eles prestarão conforme os calendários. Tenho um conceito – um mau conceito – de que o fracasso do aluno é o fracasso do professor. Isto faz com que eu me amedronte. Fico feliz em saber que os meus alunos conseguiram os resultados obtidos, mas também fico triste em saber daqueles que não conseguiram. Sinto-me fracassado. Sei que é errado pensar assim, porque a docência não envolve apenas o trabalho do professor, mas sim de todo um conjunto, inclusive do próprio aluno. Mas como não se chatear por um trabalho que foi feito com muita dedicação e que no final os resultados não foram positivos? Impossível. A sensação do fracasso vem e não tem como fugir. Assim como a sensação de trabalho concluído com êxito. É muito gratificante quando vemos a lista de alunos aprovados nos vestibulares. Acredito que essa sensação de tristeza e alegria é o que me motiva cada dia mais ser um profissional engajado na profissão. Um profissional que se preocupa com resultados, cidadania e conhecimento. Seria triste pensar ao contrário. Seria triste eu estar inserido nesta linda profissão e não me preocupar com resultados e desempenhos. Se eu realmente pensasse assim, não seria digno de exercê-la. Como docente, tenho sim que me preocupar em dar uma boa aula por mais que às vezes os alunos não aguentam mais ouvir a nossa voz (principalmente neste período). Mas querendo ou não, não posso simplesmente levar isso em consideração. O trabalho tem que ser feito. Nesta etapa do ano, até dar cambalhotas está valendo para atrair a atenção da sala. O que não vale é se dar por vencido e já entrar em clima de férias. Muita calma nessa hora. Foco, força e axé.