Segundo o dicionário de latim forense, palavra “Educação”, em português, vem de “Educar”, a origem desta, por sua vez, é do Latim EDUCARE que é um derivado de EX, que significa “fora” ou “exterior” e DUCERE, que tem o significado de “guiar”, “instruir”, “conduzir”. Ou seja, em latim, educação tinha o significado literal de “guiar para fora” e pode ser entendido que se conduzia tanto para o mundo exterior quanto para fora de si mesmo. Mas o que se vê hoje dia, tratando-se da etimologia da palavra com o significado de “guiar”, não conseguimos ver para aonde estamos guiando o ato de educar. Educamos para a escola ou para a vida? Todo professor tem a convicção de que exerce a dupla função. Sabemos que o nosso trabalho de apenas ensinar já não condiz com a nossa realidade. Somos, além de docentes, fontes que inspiram um aluno a seguir um caminho melhor mesmo quando a família não participa efetivamente e afetivamente da vida escolar. Em alguns casos podemos encontrar a terceirização da educação dos filhos, ou seja, toda responsabilidade de se criar para a vida fica na responsabilidade do professor. Todos nós sabemos que isso não funciona. A melhor maneira de se educar é quando família e escola caminham juntas. Esta união é infalível quando se luta pelo mesmo objetivo. Deixar que a escola faça a dupla função não é uma maneira de acreditar que daremos um futuro melhor aos nossos filhos. “Família educa, escola ensina”. Será mesmo que este conceito de ensino e educação é o que rege a nossa realidade? Seguindo este pensamento, podemos unir ensino com educação somente quando há união da escola com a família. E quando a união é falha, nós professores procuramos usar a pedagogia do amor; aquela que temos que acolher os nossos alunos como se fossem filhos para que ele não se sinta desestimulado também no ambiente escolar. Como hoje em dia o ato de guiar está falho no ambiente familiar, fica a serviço da escola em muitos casos recuperar a autoestima e incentivar este aluno, ao menos, concluir o ensino médio.
“Educação se aprende em casa. Cabe à escola apenas ensinar os conteúdos”. Será? Além de darmos conta do currículo das disciplinas, a escola também é inserida num espaço de socialização, em que se aprendem regras de convivência e o respeito às diferenças. Orientar as crianças para que elas dominem algumas regras básicas de conduta e a tarefa da família. Esta, entretanto, não é apenas uma atribuição dos pais. “A escola também é responsável por ensinar regras coletivas, que são valorizadas pela cultura da sociedade de que ela faz parte, e que nem sempre são seguidas em casa. É essencial para os estudantes ter outros adultos como referência, além da própria família. O professor, certamente, é um deles e, por isso, pode causar um impacto muito positivo na vida dos alunos”.