O amor
derramou
muito vinho
na seda
do meu vestido.
Deitou
na minha cama
de lençol branco
de linho, forrada
de ânsias e cheiros.
Cansou meu corpo
contou estórias
bobas.
Depois pegou carona
no vento
da madrugada
e nas pontas
dos pés
fechou
a porta
do meu quarto,
onde agora a solidão
deságua.
Esse amor
deu um nó
em pingo
d´água
e escondeu
as pontas
num porto
inseguro…
