A defasagem, a despreocupação e a falta de domínio da língua portuguesa têm aumentado a cada avanço tecnológico que surge cotidianamente no mundo dos homens. Estes que têm aniquilado a “última flor do Lácio” de uma forma pecaminosa e grotesca.
A cada dia que passa, enterra-se um acento gráfico, uma concordância, uma regência.
A bestialidade está tão em alta que o internetês vem dominando a escrita. Os absurdos gráficos estão ficando cada vez mais grotescos. Toda essa negatividade da língua escrita associa-se à falta de compreensão e interpretação de textos, muito comum na sociedade moderna.
O bem escrever vem sangrando a cada ano que passa e a cada tecnologia que surge. O futuro pertencerá àqueles que dominam a flor do Lácio e a usam para expressar suas ideias, pensamentos e sentimentos.
Os idiotas ficaram de canto, presos em seus filtros, curtidas e compartilhamentos. É tão preocupante a falta de domínio da escrita que, em longo prazo, as empresas exigirão a arte do bem escrever para que haja comunicação clara e objetiva dentro do ambiente de trabalho.
As entrevistas de empregos serão baseadas em ditados ortográficos e em produções de textos. Nenhuma inteligência artificial substituirá a emoção de quem escreve.
Chegará um dia em que os homens abandonarão as tecnologias e suas redes para viver na plenitude do mundo real. A sociedade estará tão enferma e sem rumo que haverá a necessidade de se cultuar o saudosismo de outrora, inclusive o culto da carta de amor. Desenvolverão uma vacina para desintoxicação digital e centros de reabilitação da escrita na qual haverá os seguintes dizeres: “Feliz aquele que escreve e o faz tão bem.”
Feliz o homem que sabe poetizar e expulsar os seus demônios através das palavras. Estes jamais serão atormentados pelo espírito da ignorância.
Enquanto houver alguém escrevendo coisas banais sobre uma vida utópica, sempre haverá um poeta criticando o comportamento da sociedade na qual ele está inserido.
Futuramente, não haverá mais espaço para aqueles que assassinam a língua e nem para aqueles que não interpretam as palavras contidas numa tipologia textual.
Ou melhoramos a forma como escrevemos ou faremos parte de uma grande maioria dos não-letrados que se disseminam diariamente.