As velhas falácias estão de volta. Os discursos de praxes já começaram a invadir os lares dos brasileiros. Mais um quadriênio no qual se falam em educação com o peito cheio. Será mesmo que eles são os únicos responsáveis pela mudança?
A educação sempre será pautada, mas nunca melhorada. A ênfase que dão neste quesito é de dias melhores. Esperança. Porém, sempre acontece a mesma decepção. A história nunca muda. A qualidade do ensino continua em baixa. Os professores continuam desvalorizados e o ambiente escolar com péssimas condições de trabalho.
Falar em educação em tempos de eleição é dar falsas esperanças, porque nós acreditamos naquele que elegemos. É utópico. Enquanto isso, nós professores, vamos fazendo o nosso árduo trabalho. Vivemos por dias melhores. Vivemos por condições e salários que estão de acordo com o nosso ofício. Somos responsáveis por uma realidade que poucos conhecem, mas muito se fala. Se fizessem na mesma proporção em que falam sobre educação, seríamos um país de primeiro mundo.
O problema que a assombra vai muito além de políticas públicas. O próprio sistema está errado. O erro está somente no falar dela e não de melhorá-la, tanto em casa como na política. Não se pode mudar o setor educacional quando se tem famílias que não sabem ensinar o básico de civilidade e respeito para que os filhos possam frequentar a escola. Ou seja, não é responsabilidade somente desses que aparecem a cada quadriênio, mas sim, dos responsáveis que convivem com as suas crianças diariamente. Se realmente precisamos de política para melhorar a educação no Brasil, esta deveria ser implantada nos lares dos brasileiros. É ali que faltam políticas educacionais.
Independente das questões socioeconômicas, educação familiar é base da construção civil, moral e educacional. Não se pode mandar à escola um aluno que não quer respeitar o professor. Este regurgitará o ódio acumulado dentro do lar. Não há representante no mundo que faça com que está realidade se converta. É por isso que as falácias irão continuar com o decorrer do tempo. Antes de os nossos representantes quererem mudar, nós é quem precisamos, primeiramente, ser a mudança. Não se constrói uma nação impondo apenas as suas leis, mas sim, de como o povo reage perante aos problemas não solucionados pelos seus governadores. O maior desafio para uma educação de qualidade está na base. Se ela não muda, a qualidade não virá. Bater-nos-emos no mesmo prego ao longo da nossa existência cobrando uma educação melhor. O que a sociedade não entende é que esta mudança está em cada lar desta pátria querida.
