Há uma cultura enraizada na sociedade de questionar o que não se vive e não se conhece. Há aqueles que levantam a bandeira, brigam, argumentam sobre determinado tema, mas nunca viveram a realidade daquilo defendido.
Em pauta, a educação. Não é de hoje que o vocábulo mencionado anteriormente tem sido um dos assuntos mais comentados em redes sociais, debates político e tutti quanti. Quem trabalha diretamente com a educação entenderá as sinceras e verossímeis palavras que serão descritas abaixo.
Suponhamos que aquele pai de família que tanto cobra, esperneia e tem um repertório aguçadíssimo de argumentos direcionados ao tema em questão, vai à escola, posteriormente, brigar com o docente que chamou a atenção do seu amado filho que havia se comportado mal. Qual é mesmo o conceito de educação que ele aprendeu?
Trata-se de tempo perdido. Não há ninguém que possa discutir educação senão o bom professor. Imaginemos os pais daqueles alunos que desrespeitaram descaradamente uma professora e apedrejaram, literalmente, o patrimônio escolar numa escola na grande São Paulo. Vamos supor que esses pais são integrantes de movimentos voltados a causas sociais, inclusive a educação.
Qual seria o moral que teriam depois de ver o próprio filho castigando o alicerce deste Brasil? Qual é a causa desta luta toda? Diariamente, professores têm exonerado os seus cargos ou até mesmo abandonando a profissão devido à falta de respeito que também já está enraizada neste solo da mãe gentil. O mais cruel disso tudo é que não há manifestações em defesa destes profissionais. Há uma frieza tão grande perante esses acontecimentos que as indagações são constantes para quem insiste em se manter na profissão.
Professor tem sido profissão perigo. É o mesmo sentimento que vive um policial quando sai para trabalhar. Não saberemos como voltaremos e se voltaremos para casa. É uma insegurança tão grande que os danos psicológicos vão se agravando a cada dia. As incertezas que sondam a nossa profissão tem um efeito alarmante. Ninguém se interessa pelo ofício. Se não implantarem leis que defendam ativamente o professor e que garantem que ele possa exercer o seu ofício sem a preocupação de ser agredido, chegar-se-á um dia que irão às ruas com microfone na mão a procura de profissionais da educação.
Enquanto o sistema falha, vamos aguentando a pressão. Algo, em curto prazo, precisa ser feito. Educação não de discute apenas da boca para fora. Levantar bandeira para quê se o profissional, neste balburdio todo, é quem sofre!