Dez minutos de utopia

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Dias estes, entrei na sala dos professores de uma escola e me deparei com uma professora – com anos de profissão – cochilando sobre a mesa do computador. Horas antes de eu me deparar com aquela cena, ela estava pintando algumas bandeiras dos países que estão participando na Copa do Mundo. Fazia-a, a pintura, com maestria, paciência e dedicação. Estava preparando a aula que seria dada no dia seguinte. Havia muito amor naquelas mãos cansadas e lentas. Estavam lentas e seguras do trabalho que ali exercia. A vontade superava a sua lentidão. Os olhos cansados estavam acossados em cada detalhe da pintura. Tudo parecia fluir num toque de mágica. Mas ser professor não é tocar em nada com magia. O toque é de amor. Toca-se em tudo com amor.

Ali ela ficou colorindo, colorindo até que o trabalho exaustivo – mas feito com amor – foi vencendo a batalha daquele momento. Só daquele momento, porque professores não perdem batalha. Não perdem, pois educam com amor. Nada o que se faz com amor é tempo ou batalha perdida. Sentada na cadeira, debruçou sobre a mesa e fechou os olhos. Sonhou com melhores condições de trabalho, com um bom salário e com a esperança de um país melhor através do seu ofício. Sonhou com crianças felizes que não procuram a escola somente para comer a merenda, mas sim para aprender sobre tudo o que seja viável para ser construir um ser humano consciente da sociedade em que vive. Sonhou dez minutos de utopia. Sonhou. Era o que lhe restara naqueles minutos de derrota para o cansaço.

Acordou apavorada. Os dez minutos de descanso pareciam horas. Peguei o meu café, sentei-me e comecei a observar aquele amor no oficio. Ela voltou a colorir as bandeiras com a mesma intensidade que começara outrora. Lenta, mas abastada de amor. Cansada, mas carregada de sonhos. E assim foi tecendo e compartilhando mais um dia do seu conhecimento. Apenas mais um dia da sua contribuição de esperança para os possíveis dias melhores. Estava tudo ali: com cores, com paciência e com muito amor. Só quem é sabe que ali existia muito amor. Aos olhos de outros, ela seria punida por cochilar no trabalho. Entretanto, estes olhos que condenam não merecem a cor de uma aquarela e nem o brilho do olhar de um nobre professor. A gente luta batalhas invisíveis que somente outros professores enxergam. Nós enxergamos o amor em tudo. Eles não.

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