Esta semana, eu estava explanado sobre uma possível viagem a São Paulo com os alunos de uma escola pública da região. O destino seria um programa de televisão de uma conceituada emissora. Percebi que havia uma aluna mexendo, às escondidas, no celular. Não disse nada.
Comecei a contar a quantidade de alunos interessados na viagem. Quando chegou a vez dela, ela disse “ Para aonde?”, eu respondi; “ Para o Morumbi”. Ela sorriu, pois não entendeu o porquê de uma viagem a um estádio de futebol. “Mas eu não gosto de futebol”. “Mas não vamos ao estádio.” “ Para aonde vamos?” “ Ora, você deveria saber o nosso destino, já que estou aqui há quase vinte minutos falando sobre ele”.
É óbvio que a atenção dela estava centralizada no telefone, ao contrário do restante que estava interessado no assunto. São exemplos como esse que o uso do aparelho em ambiente educacional deve ser abolido.
A França, recentemente, aprovou a proibição de telefones celulares em escolas públicas. O projeto intitulado pelo governo de “medida de desintoxicação” proíbe o uso de qualquer objeto conectado, como celulares, tablets e relógios, em écoles e collèges (crianças de 6 a 14 ou 15 anos), exceto quando o uso for pedagógico. Mas o que chama a atenção no texto é de que os professores confisquem os telefones em caso de necessidade. Medida um tanto quanto invasiva, mas necessária em algumas ocasiões.
Não vejo, por enquanto, nenhuma utilidade do telefone em sala de aula. A não ser que os desenvolvedores de aplicativos criassem algo voltado à educação, mas que ele seja usado sem o uso da internet. Antes o desafio de um professor era ensinar um aluno que não queria aprender. Hoje em dia, o desafio aumentou; é difícil ensinar um aluno que não quer aprender e que esteja com um celular na mão. Uma triste realidade nesta história toda é que esses aparelhos já não tem mais faixa etária. Por isso que não é proibido proibir. Se os governantes não tomarem uma atitude agora, posteriormente a situação sairá do controle. O que veremos pelos corredores das escolas serão nomofóbicos em busca de um sinal de “wifi.” Esta será a nova droga da modernidade. Estar conectado se tornará um vício. As pessoas sairão pelas ruas famintas por um sinal de “internet”. Proibir o uso destes aparelhos nunca será um retrocesso educacional, moderno e tecnológico. Sabemos que a tecnologia veio para nos ajudar, entretanto, há um limite para usufruí-la, principalmente dentro dos muros das escolas. Ou formamos cidadãos conscientes e direcionados para o propósito da vida ou criaremos verdadeiros zumbis pós-modernos, que ao invés de buscar o conhecimento, estar-se-ão à procura de uma qualidade alta de conexão para saciarem o vício.
