Te encontrei num tempo
de menina,
quando tudo era possível.
Quando os sonhos
eram tão próximos
e tangíveis.
Quando havia pureza
no amor
e a certeza de um final feliz…
Sem sinal de aviso,
palavras que infernizam:
“ um dia te vejo”…
Talvez num dia qualquer,
de um ano qualquer
esquecido de que a vida
não oferece duas vezes
a mesma felicidade.
E a distância
se fez tão longa…
Dores, vidas
separadas,
desencontros, saudade…
E, se o desejo
de olhar nos olhos
cerca o coração,
o relógio, cruel inimigo
salta os minutos,
os segundos,
aumentando ainda mais
o impossível.
E no telefone,
impessoal e frio,
somente a voz
que conseguiu escapar
do imponderável
diz como dissera um dia :
– “ Qualquer dia te vejo !
Qualquer dia…”
Nunca mais…