Há os que
escrevem poemas
que precisam ser decifrados
como fórmulas.
Há os que escrevem
que o Amor, se o descrevem,
fica ainda mais sem nexo
do que na realidade.
Gosto de escrever claro,
como a claridade do luar da lua cheia.
Gosto de escrever numa só tragada,
sentindo mesmo assim, o sabor
do vinho de safra boa.
E a inspiração, que é de cada alma,
faz do papel branco, virgem
e ainda não amado,
a face de quem nos povoa os sonhos.
As letras soltas são insetos inquietos
que se unem, e no gesto de amor,
nascem palavras.
Que me entendam
o jovem, o velho,
o não letrado, o ilustre,
o pernóstico, o agnóstico,
o crente, o ateu,
o triste e o romântico.
Poemas, libélulas alegres
e esvoaçantes
que fazem do meu coração,
um coração alado…