Esta coluna é feita para os meus leitores com muito carinho há algumas décadas, e é claro que nem sempre agrada a todos que a leem. Às vezes, quando me encontram na rua, sou elogiado e às vezes cobrado; alguns dizem: acho que você foi infeliz falando aquilo, etc, etc… e essa é a democracia. O importante é interagir com os leitores, com os que concordam ou não com algum tipo de elogio ou crítica que aqui faço, ou até algum erro que cometemos na digitação. Afinal, sou do jornalismo do tempo do linotipo ainda, impressão off set naquela época e internet era um sonho de uma noite de verão. Quantas vezes varei madrugadas para fazer uma edição. Para os mais jovens entenderem, naqueles tempos, além de ter que esperar o chumbo que fazia as letras esfriarem para começar a paginação, só depois é que colocávamos as fotos que eram transformadas em clichê para finalmente finalizar o jornal.
Lembro-me de certa madrugada, uma conversa que tive com o repórter José Renato Seconi, que na época trabalhava comigo no jornal A Comarca, do qual ele, após alguns anos foi proprietário com sua esposa Denise da unidade de Avaré, para depois assumir este semanário. Quando terminamos aquela edição, por volta das quatro horas da manhã eu disse: “É Zé, mais um filho que nasce”. E ele me respondeu: “Sabe Carlos, se as pessoas soubessem o trabalho que dá para fazer um jornal, depois de ler, guardariam com carinho embaixo do travesseiro”.
Até a grande imprensa tem seus momentos de falhar, mais agradecemos aqueles que nos corrigem. Como se diz no jargão popular das mídias: desculpem nossa falha.
E por falar em falha, na edição da semana retrasada, quando estava falando sobre a vida profissional de Adair Teixeira, atual secretário de Administração da Prefeitura, ao invés de escrever ‘quase seis décadas’, escrevi ‘quase seis séculos’. Quero agradecer ao meu leitor Luís Fenerick que mandou mensagem citando meu erro, embora gostaria que este erro fosse uma realidade, pois homens do quilate de Teixeira deveriam viver tanto quanto Matusalém, o homem que mais tempo viveu na terra.
Tribunal de contas e as Merendas Escolares
O TCESP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) acaba de fazer um pente fino nos municípios para ver como está a situação das merendas escolares. Não só no que se refere à alimentação, mas também às metas que as prefeituras têm que cumprir.
A surpresa foi grande, 90% dos vistoriados no Estado apresentaram algum tipo de irregularidade, desde a conhecida merenda seca, onde as crianças recebem o kit, geralmente com um lanche ou bolacha com chocolate e não tem acesso a comida, bem como outras irregularidades a exemplo de descumprimento de Metas Fiscais, Déficit Financeiro, Armazenamento de Alimentos, Qualidade da Merenda servida para as crianças, incompatibilidade com a LOA (Lei Orçamentária Anual) e a com LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) entre outras.
Monte Alto – Merenda Escolar: Estrutura há décadas
A cidade de Monte Alto está entre as poucas não apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado, tanto no requisito que se refere à Merenda Escolar, bem como na parte de Prestação de Contas. Além de boa gestão nos últimos anos, a qualidade da merenda oferecida nas creches e escolas do ensino fundamental é um exemplo a ser seguido.
A cidade conta com uma excelente Central de Alimentos, construída ainda na administração do ex-prefeito José Rodrigues, nos anos 80, o qual já visualizava a importância da Merenda Escolar, e que através dos anos passou por reformas, foi e é dirigida por profissionais competentes, o que fez a soma de tudo isso chegar a ser referência para muitas cidades da região e até mesmo de outras localidades do Estado.
A fiscalização não fez nenhuma menção a qualquer tipo de irregularidades financeiras, foi toda focada em gestão administrativa. Ser um administrador público nos dias atuais não é fácil, com as novas Leis, e a Lei de Responsabilidade Fiscal não é fácil mesmo. É preciso ter competência administrativa e ter, acima de tudo, um quadro de pessoal comprometido, e isso a Monte Alto tem tido através dos anos.
Funcionários Públicos podem perder estabilidade
Tramita no Senado um Projeto de autoria da Senadora Maria do Carmo Alves, do DEM de Sergipe, cuja relatoria está a cargo da também senadora, juíza Selma do PSL do Mato Grosso, cuja finalidade é acabar com a estabilidade nos serviços públicos, Federal, Estadual, Distrital e Municipal. Segundo a senadora Maria do Carmo, uma má atuação de um agente público traz danos irreparáveis para o cidadão. A senadora também argumenta que depois de cumprir o estágio probatório de três anos, infelizmente alguns mudam nos seus focos de trabalho, não atendendo a população como deveria e merece. Faltam ao trabalho e são inúmeros os atestados médicos. A Senadora queria colocar já em votação seu projeto, porém, alguns deputados e a relatora pediram vistas, para analisarem e discutirem melhor o assunto, e provavelmente, deverá ser votado ainda este ano.
Os servidores serão avaliados anualmente por uma comissão que será representada por um responsável do RH, um colega ou colega lotada na mesma unidade e mais outro colega de outra unidade. O servidor terá amplo poder de defesa depois que for aberto um processo administrativo, o qual decidirá sobre seu destino, se fica ou será demitido ao bem do serviço público.
Os bons funcionários, com certeza, terão o valor que merecem, como por exemplo, uma promoção; já os maus, que se escondem por traz de um direito de três anos chamado probatório, esses, certamente, terão problema. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos.
A CARTA DO PAPA A LULA
Muita gente deve-se perguntar: por que o Papa Francisco escreveu uma carta para Lula, em resposta à enviada ao Pontífice pelo ex-presidente, que se encontra preso desde em Curitiba há cerca de um ano?
Na minha opinião, Lula é, sem sombra de dúvida, o maior líder político católico do Brasil, já que o atual presidente Bolsonaro é evengélico. Em suas palavras, o Papa Francisco, que quando ainda padre, na Argentina, conviveu nas periferias de Buenos Aires, sabe bem o que é o sofrimento do ser humano. O Papa também menciona as perdas recentes do ex-presidente como a esposa, o irmão e o neto, expressa sua “proximidade espiritual” e o encoraja “pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus”. Como dá para perceber, Lula não está esquecido, nem mesmo pelo Papa.