Vou continuar escrevendo um pouco da história da comunicação radiofônica e imprensa de Monte Alto, aquilo que vivi, e também o seu passado, que possui um arsenal de documentos centenários em meu poder que, se Deus permitir, doarei no próximo ano ao museu.
Um fenômeno chamado Silas Sgarbosa
Naquelas manhãs que marcavam o noticiário da cidade através da única rádio existente, na época, a Rádio Cultura, eu costumava chegar com as reportagens gravadas com exceção das feitas via telefone fixo, já que não existia celular, por volta das 10 horas, para dar tempo de passar as reportagens no chamado rolo de fita, que depois iam ao ar, sempre sob a fiscalização do nosso diretor Laertão.
Bom, entrava primeiro o esporte sob o comando de João Moreira, e em seguida, as notícias, tendo como âncora, o saudoso Afonso André, o “Sanfim”, acompanhado de Paulo Moretti e reportagens de rua, deste colunista e às vezes Zé Lucente”.
Quando terminava a Hora da Notícia, às doze horas, entrava no ar o Programa recorde de audiência, o “Festival da Brotolândia”, com Silas Sgarbosa. Para que o leitor tenha uma ideia da tremenda audiência de Silas e de quanto o programa era ouvido, havia dias que chegavam de vinte a trinta cartas solicitando músicas, as quais os ouvintes ofereciam para as namoradas, esposas, amigos etc. Depois, Silas criou também a “Hora do Rei”, programa no qual só tocavam os sucessos de Roberto Carlos. Eu costumava ir almoçar na Rua dos Lírios, na maioria das vezes subia caminhando, pois sempre gostei de andar pela cidade. Era impressionante a quantidade de rádios ligados no seu programa. Claro que o jornalismo, o esporte e o programa sertanejo, principalmente o “Porteira Velha”, apresentado pelo grande poeta Nhô Lemo, e em seguida, o companheiro Valdir Gazeta, eram muito ouvidos, porém, Sillas Sgarbosa superava qualquer audiência.
Sgarbosa na imprensa escrita
Silas também escreveu por muitos anos neste jornal; ele assinava a coluna chamada “As Transas de Silas Sgarbosa”, uma das mais lidas na época. A foto mostra um pouco como era: irreverente, gozador, polêmico. Em suas piadas, colocava muitas vezes as coisas da cidade transformando confusão política em gozação, no que ele era mestre. Era certeza a audiência de sua coluna aqui no Imparcial. Silas parou de trabalhar com rádio há décadas, infelizmente. Porém, deixou uma herança, o filho Johnny Sgarbosa, competente profissional. Os tempos mudaram, os jovens de hoje são ligados mais nas redes sociais, mas mesmo assim, as rádios ainda resistem e se atualizam a cada dia.
A Rádio Cultura, tanto AM como FM estão firmes, embora, por ironia do destino, após anos enfrentando uma forte concorrência, voltaram a serem as únicas comerciais da cidade, no que pese e não posso deixar de destacar a excelente programação da Rádio Comunitária Alternativa FM. Agora, fenômeno de audiência como Silas Sgarbosa, ah, isso não acontece mais, principalmente com a chegada da internet e o fenômeno das redes sociais, que elegeram até um presidente da República. Mas, Silas Sgarbosa é um fenômeno que passou e fez história para sempre.
Pionerismo
O radialista Benedito Martins e sua esposa Clarice foram, indiscutivelmente, os primeiros da cidade a lançarem em Monte Alto troféus para aqueles que se destacaram em vários seguimentos da sociedade, entregando-lhes o consagrado Troféu Saga. O casal também está presente na mídia impressa através do jornal A Tribuna, que embora não circule regulamente como outrora, é um marco na história da imprensa escrita de Monte Alto que, indiscutivelmente, tem que ser registrado. Martins voltou recentemente para as ondas do rádio, num programa jornalístico na Cultura AM.
Convenção
– O PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira Realizou sua Convenção Municipal no último domingo, dia 24 de fevereiro. Na foto, o novo presidente, Valdecir Sanches, o vice, vereador Donizete Moreli, o vogal, Dr. Fabrício Nogales, e este colunista presente, registrando o acontecimento para esta coluna.
Em minha modesta opinião, o decreto do Governo Federal com referência às escolas Brasileiras não estava totalmente errado, analisando ponto a ponto:
– Slogan de Campanha do Presidente, acho errado;
– Filmar os alunos obrigatoriamente, também não concordo;
– Agora, tocar o Hino Nacional nas escolas deveria ser obrigatório. É uma questão de civismo. Nos anos cinquenta, até o começo dos anos sessenta, quando eu estudava nas escolas do nordeste, de onde vim, não só o Hino Nacional, mas também o da Bandeira, eram tocados e cantados por todos os alunos da época, referenciando os pavilhões com as bandeiras hasteadas, e olha que ainda não eram tempos de Ditadura. Acredito que aqui no sul também era assim. Neste sentido sou favorável e está fazendo falta. Infelizmente, as crianças de hoje e os adolescentes estão precisando, de modo geral, conhecer um pouco de civismo. Começando por respeito aos professores, funcionários e até diretores de escolas que nos dias de hoje, ao invés de serem reverenciados, são espancados por alguns alunos e alguns pais imbecis.
Sonho de Uma Noite de Verão
O Prefeito João Paulo Rodrigues, ao fazer uso da palavra na reinauguração do Clube Recreativo Municipal, no Distrito de Aparecida do Monte Alto, foi muito feliz ao bater no tema Lealdade, que aliás outro João, o atual governador Doria, fazia o mesmo quando visitava cidades em campanha. O prefeito foi muito feliz em falar em lealdade, salientando que se contam nos dedos os amigos leais. Também sempre pensei isso, porém, hoje o tema lealdade, na política, com raríssimas exceções, é para poucos casos, e posso afirmar que é como um sonho de uma noite de verão.