Coluna do Alencar

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Hoje vamos falar um pouco sobre a história da educação em Monte Alto. História esta que passa, impreterivelmente, pelas famílias Gatti e Freire de Andrade, que teve no Dr. Adauto Freire de Andrade um de seus ícones. A entrevistada desta edição é a professora Heda Maria Freire Gatti Queróz, ou simplesmente, Tia Heda, como é carinhosamente conhecida por todos, principalmente por seus eternos alunos. Formou-se professora no fim dos anos 60, com apenas 17 anos de idade. Como neta de nordestino, arretada, não deixou por menos. Criou em São Paulo, capital, uma escola chamada “Recanto do Cascão”, cujo nome remetia a um dos personagens ligados da Turma da Mônica, criada por Maurício de Souza. Foi aí que teve contato com o seu criador para obter autorização para o uso do nome. Heda começava dar os primeiros passos na área, seguindo a trilha de sua mãe, Maria Eugênia, também professora, de seu avô, Dr. Adauto Freire de Andrade, que era um dos sócios-proprietários da escola de Comércio de Monte Alto.

A Primeira escola em Monte Alto
Tia Heda montou sua primeira escola em Monte Alto no ano de 1973, chamada “Mundo Pequenino”. Por sugestão de seu avô, que disse: “Olha Heda, durante o dia, a Escola de Comércio, fica ociosa, porque você não monta aqui? Foi então que eu aceitei a sugestão dele e inaugurei o Mundo Pequenino, como pré-escola. Com o passar do tempo, veio a necessidade de atender a demanda dos ensinos fundamental e médio, e assim, nos estruturamos e daí para frente a escola passou a se chamar Prof. Maria Eugênia, hoje COC Maria Eugênia.
Tia Heda fez questão de registrar o trabalho do seu marido Dorival (“in memoriam”) e de seus filhos, pessoas fundamentais para ter dado continuidade ao seu trabalho, e com sucesso.

Estudo à Distância
Perguntada sobre o estudo à distância, já que hoje é uma realidade no Brasil e em outros Países, a professora disse ser a favor, desde que seja levado a sério. Há muitos que vão estudar fora, pegam ônibus, e ao invés de irem para sala de aula, vão para barzinho, fazer compras etc. Claro que é uma minoria, não estou generalizando.
Já no estudo a distância o aluno tem que comprovar que estuda. Porém, é claro que o presencial é importantíssimo, concluiu.

Cultura local
Perguntei à educadora: o que a senhora acha da cultura da nossa cidade? E ela respondeu: “Olha Alencar, eu vejo com uma certa tristeza. Embora a cidade tenha um bom centro cultural e haja constantes eventos por parte da Secretaria da Cultura, o povo da cidade não prestigia, não valoriza e não frequenta como deveria”.
Na sequência, Tia Heda citou, indo além, a exemplo de restaurantes, do comércio, dizendo que muitas pessoas saem daqui para frequentar outras cidades fazendo com que alguns ramos não vinguem, principalmente restaurantes.

Fatos marcantes de sua família
Tia Heda lembrou alguns fatos marcantes de sua família que ficaram na história de Monte Alto: “Minha mãe, professora Maria Eugênia, no fim dos anos quarenta precisava dar aulas no ensino primário em Pirangi. Naquela época não havia estrada que ligava Monte Alto a Pirangi, era preciso ir de charrete por caminho de terra, o que era praticamente impossível quando chovia. Foi então que veio aqui o fazendeiro chamado Cadamuro em busca de uma solução.
O Dr. Adauto Freire, como todo gênio, teve uma ideia: procurou o senhor Ivo Thiezerini, montealtense que tinha um avião e foram até Pirangi. Lá sobrevoaram a fazenda dos Cadamuro e o piloto Thiezerini disse que se derrubassem os eucaliptos e mais algumas árvores ele desceria com o avião. E assim foi feito. Após muito trabalho, improvisaram um campo de aviação e todas as segundas feiras o avião partia de Monte Alto com destino a Pirangi, deixava a professora Maria Eugênia e ia buscá-la no sábado”.

Padre Achava que era lenda
Quando veio para Monte Alto, a professora Maria Eugênia contou esta história para o jovem Padre Lanza, hoje Dom Lanza, que acabava de chegar em Monte Alto. Ele ficou surpreso e disse que sempre tinha ouvido esta história em sua cidade natal que é Pirangi, mas achava que era uma lenda.

Colégio Santo André
A professora Heda falou também de sua mãe e contou que a dona Maria Eugênia saiu do Grupão como era chamado antigamente a escola Dr. Raul da Rocha Medeiros, e foi estudar no colégio Santo André, em Jaboticabal. Foi interna, estudou até moça, saiu de lá professora, para se casar. Só vinha para a cidade duas vezes por ano, nas férias. Depois de 50 anos, foi homenageada pelo Colégio e na ocasião fez uma poesia que tinha seus primeiros versos assim:
“Ai se eu pudesse um dia voltar no tempo, que fé
E rever sala por sala, saudosa, o meu Colégio Santo André
As salas de aula, o recreio, o corredor varrido com pó de café
O refeitório, as salas de estudos, que saudade do Santo André…”

Meninas e meninos de ontem e de hoje
Perguntada como começou este grupo de amigos que comemoram no próximo dia 3 de novembro 50 anos de turma, apesar de ter pessoas de épocas diferentes, tia Heda disse que foram as amigas Ana Tereza, Sônia Salvaterra e Virgínia Avarti, que um dia se reuniram e falaram: vamos formar um grupo das meninas de ontem? E por meio das redes sociais, começamos a encontrar muitas delas. Fizemos contato, encontros e formando uma grande família das amigas de escola e de turma. Foi então que eu dei a ideia de chamamos os meninos também, embora não tinha homens na nossa classe quando estudávamos tínhamos muitos amigos. Foi aí que aceitaram a ideia e hoje o grupo é formado por Meninas e Meninos de ontem e de hoje.

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