A Guarda Civil Municipal de Monte Alto, fundada pelo então Prefeito Dr. José Victório Rodrigues, pai do atual prefeito João Paulo, está comemorando seus trinta anos de existência com uma história gloriosa, que teve início com apenas quinze homens. Porém, hoje, conta com um contingente de 34 guardas.
Esta importante história não passará despercebida, pois o ex-guarda Civil Municipal João Pereira está escrevendo sua História. O autor deste importante registro histórico entrou naquela corporação no ano de 1988, na terceira turma, sob o comando do cabo Batigalia, até hoje lembrado com saudosa memória.
Pereira permaneceu na Guarda até janeiro de 2017. Ele formou-se em Direito no ano de 2014 e logo conquistou sua OAB, porém, não podia acumular a profissão de Guarda e Advogado, e sendo assim, permaneceu mais um tempo na corporação, até se aposentar. Hoje, exerce o Direito e cursa Gestão Pública na Univesp. O escritor Pereira, como é conhecido por todos os montealtenses, está programando o lançamento da Biografia da Guarda Civil Municipal ainda para este ano.
O Guarda, o Escritor e o Advogado
Pereira sempre foi um servidor exemplar, comedido, porém, como todo homem culto, procurou sempre, como agente municipal, questionar os seus direitos e também de seus companheiros de maneira discreta, o que aliás, foi e é sua maneira de ser, com pulso forte, sem abrir mão de suas convicções.
Como Escritor lançou seis livros de poesia editados com sucesso. Pereira faz questão de deixar registrado que trabalhou na antiga Fábrica Borracha quanto tinha dezessete anos, poucos meses antes de completar seus dezoito anos. Lembra que foi o atual Secretário de Administração do município, José Giancotti, que na época autorizou o seu registro, uma vez que ele não tinha idade suficiente. João Pereira nasceu no dia 24 de setembro de 1968.
Polícia Militar
Quando trabalhava na Fábrica de Borracha, Pereira prestou concurso para a Polícia Militar e passou em segundo lugar. Foi fazer a Escola Militar para ser soldado, porém, um amigo disse para que ele se informasse, pois a Guarda Municipal de Monte Alto iria abrir concurso. Foi então que, segundo ele, ao buscar informações, ficou impressionado com o valor do salário, que era três vezes mais do que iria ganhar na Polícia Militar na época.
“Não pensei duas vezes. Longe de minha família prestei o concurso da Guarda e passei entre os primeiros colocados. Em seguida, pedi o cancelamento do curso da PM que estava fazendo e assumi a Guarda Civil Municipal”, relembrou.
O Livro
Pereira lançará um livro que será dedicado ao patrono e criador da GCM, Dr. José Jesus Victório Rodrigues. Contará com vinte capítulos de três fases que dividem as décadas de existência da corporação Municipal.
A obra trará depoimentos, narrativas e recortes de jornais. Fatos que fizeram parte da história da Guarda, formando um documentário que é a prova viva destes fatos que se transformaram em um livro.
Perguntado sobre a diferença deste livro para os demais de sua autoria, Pereira disse que seus outros livros são de poesias que ‘vieram da alma’.
“A poesia eu fazia e faço em um momento de inspiração, vou guardando e depois as transformo em um livro”. Foi assim que escrevi vários deles. Porém, este é um livro que representa uma grande parte de minha história de vida, pois foi lá na Guarda que me preparei e fui educado para ser homem”. Nosso entrevistado fez questão de frisar que passou vinte e oito anos e meio na corporação pública e diz que será uma maneira de reconhecer e homenagear os grandes heróis que durante essas três décadas tanto contribuíram para o benefício do cidadão e do município por meio de seu trabalho. Também será uma espécie de documentário para que as futuras gerações e homens públicos tenham ao seu alcance importantes informações de uma entidade como é a Guarda Municipal.
“O livro não fará críticas a ninguém. Será um documentário para contribuir com a comunidade”, comenta Pereira.
Guarda Municipal: 10 anos sem concurso
Com seu início no ano de 1987, conforme falamos, a Guarda tinha 15 homens, chegando a ter mais de 60 componentes; no governo do ex-prefeito Donizete Sartor foi implantada a Guarda Feminina. Hoje, o efetivo é de 34 guardas sendo 28 homens e 7 mulheres. Pereira lembra que, deste número, há que se considerar as escalas que deslocam 8 membros da corporação para o Distrito de Aparecida e também os que se afastam por problemas de saúde, os que já se aposentaram e os que já faleceram, deixando o efetivo municipal bastante reduzido. Perguntado por este colunista se ele não vê esta redução como um retrocesso, Pereira respondeu que já faz 10 anos que não há concurso para a GCM, mas tem esperança de que o atual prefeito João Paulo fará concurso, o que considera muito importante, uma vez que a cidade cresceu e o contingente reduziu e há necessidade urgente do aumento deste número de profissionais na área da segurança pública municipal.
Previsões que se confirmaram
Lembro que naquele agosto de 1987 questionou o Dr. José Rodrigues em uma entrevista que fiz com ele para o jornal A Comarca e para a Rádio Cultura sobre a criação da Guarda Municipal, uma vez que tínhamos em Monte Alto as Polícias Militar e Civil, e a população da época era em torno de 30 mil habitantes. O então prefeito me respondeu: – “Ora, caro repórter, dias virão em que nem a Polícia Militar e nem a Civil darão conta da criminalidade, pois a tendência, como estamos vendo, é aumentar. A Guarda Municipal será fundamental para auxiliar o trabalho destas Polícias. Eu já conversei com o delegado, Dr. Manoel Natalino que disse que a criação da Guarda foi uma das medidas mais acertadas do meu governo”.
Viajando no passado lembro-me que, como repórter, acompanhei várias diligências do delegado da época, Dr. Natalino, acompanhado de guardas municipais, inclusive, efetuando a prisão de traficantes.
