Nunca se discutiu tanto a política como se tem feito agora. Nunca se falou tanto em corrupção, em ideologias, em religião e raça. Porém, vamos ressaltar o termo “corrupção”.
Vale lembrar que o vocábulo não está direcionado somente a um ato político. Cotidianamente cometemos pequenos delitos que intitulamos de “jeitinho brasileiro”. Pois bem, esse mesmo jeitinho que nos deparamos diariamente não deixa de ser um ato corrupto.
Se essa mentalidade persistir ao longo do tempo, nossa luta por uma democracia e por um país melhor não passará de uma atitude hipócrita. Exemplos básicos destes pequenos delitos são feitos na escola, exclusivamente na sala de aula e incrivelmente pelos alunos que lutam contra a roubalheira dos engravatados. A partir do momento em que o aluno copia a tarefa de um colega, mal sabe ele que está fazendo parte da corja que ele tanto crítica pelas redes sociais; quando ele pega emprestado uma material e não devolve, mal sabe ele que está se apropriando de bens materiais; quando cola na prova, mal sabe ele que esta cometendo descaradamente uma corrupção. E o ato mais corrupto de todos é o clássico que acontece em todo o final de bimestre: “ Professor estou com 5,5. Não dá para arredondar para 6,0?” Ora, se estamos caminhando no mesmo barco para vivermos num país melhor, vamos começar pelas pequenas atitudes, principalmente na sala de aula.
Nós professores sabemos que a imparcialidade é fundamental no local de trabalho, porém não podemos deixar que os nossos alunos convivam com a hipocrisia de que apenas os políticos cometem tais atos. Temos que explanar que o “jeitinho brasileiro” não deve fazer parte do nosso dia a dia. Ou caminhamos pelo certo, ou nunca mudaremos a mentalidade do nosso povo. É preciso enxergar os fatos. Um país em ascensão não depende apenas de quem colocamos para governar, mas sim das próprias práticas do seu povo. A corrupção está nos pequenos atos; imperceptíveis ao ponto de acharmos que se trata de algo normal. Temos que deixar a velha cultura do ditado citado anteriormente e começar a refletir sobre os nossos comportamentos. Dizer o que pensamos em redes sociais e não praticar aquilo que defendemos, não passamos de meros hipócritas. A solução para os problemas vem das pequenas causas; nas pequenas condutas. Pois são nestas pequenas ações que damos um exemplo a ser seguido para aqueles que virão.
Todo esse procedimento começa no alicerce da construção de futuras melhorias – na escola. Impreterivelmente na sala de aula onde se edifica o conhecimento.
