Carta ao Brasil

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Brasil, bateram em mim. Proferiram palavras de baixo calão sobre a minha pessoa. Quanta hipocrisia. Ensinei-os a ler e escrever para depois tudo isso acontecer. Agrediram-me fisicamente. Isso dói. Corpo e mente. Ferido por aqueles que por tanto tempo depositei o meu amor e o meu precioso tempo. Eu só quero é fazer o meu trabalho e estão a impedir de exercê-lo.
O que será dos teus filhos pátria amada? Qual o futuro que daremos a esses que não se importam? Aponte-me o verdadeiro erro para que possamos juntos lutar pela qualidade que envolve este ofício. Teus filhos estão a confundir nossa docência com a indecência de alguns pensadores. Mal sabem eles que pensar é diferente de lecionar. Lecionar gera pensar e atuar.
A realidade é outra. Nem sempre o que se diz ou o que se pensa condiz com a realidade da sala de aula. Sendo assim teus filhos, pátria amada, estão a me desrespeitar dentro do meu ambiente de trabalho. Estão a colocar o dedo na minha cara e a tentar me persuadir sobre aquilo que é melhor na minha área de atuação. Se eles soubessem das madrugadas que passei e o tanto que estudei para levar o conhecimento e a cidadania para dentro da aula, não estariam a agir da forma como agem. Quanta tristeza. E eu que ensinei o alfabeto e os preparei para este mundo das letras, agora sou vítima de injúrias e discurso de ódio. São palavras ditas que me ofendem. Machucam como uma ponta de faca, um caco quebrado e um espinho de rosas. Já pensei por várias vezes desistir, mas o amor ainda me conduz. Seduz.
Mesmo com tantos problemas – falido sistema – inclusive os que já vêm de família – primordial – eu ainda insisto em atuar nesta área que desagrada a ti, ó pátria amada. É um amálgama de situações que fogem do meu controle. E os teus filhos acham que eu sou o culpado pela falha. Uma pena. Sou apenas um trabalhador que busca o seu desenvolvimento através daquilo que faço com tanto amor. E mesmo que eu insista em dizer que quero apenas fazer este lindo trabalho, continuo a apanhar pelas mãos dos filhos teus. Sou representante dos muitos colegas que sofrem diariamente com essas agressões. E não há punições.
O sistema nos condena. Nunca estaremos certos perante os problemas que lidamos diariamente dentro e fora da escola. Não tem para aonde correr. Não tenho um super-herói assim como sou para os meus alunos. E agora, quem poderá me defender? Que trágico. Sou tão maltratado nesta tua imensa terra, querido Brasil, que já me deram o estereótipo de pobre coitado. Cuidado.
Meus caros colegas já não aguentam mais tamanha pressão. Vai chegar um dia que a sua educação, pátria amada, vai fazer tanta falta como faz a falta de respeito que os filhos teus tem pela minha docência e pessoa. Assinado: Professor.

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