Você ama o tradicional churrasco brasileiro e a vida inteira escutou falar sobre as famosas carnes argentinas, nas quais você apenas sonha em um dia poder comer. Você enfim viaja a Buenos Aires e logo corre até um restaurante mais próximo para poder experimentar aquele sabor que há anos se preparou para degustar, mas na hora de pedir você está tão confuso com o cardápio que não faz ideia do que pedir.
Carnes argentinas: dicas e cortes
Primeiramente, vamos esclarecer algumas coisas. Na Argentina não há churrascarias, ao invés há casas de parrillas onde se preparam asados o equivalente ao churrasco brasileiro que são cortes de carnes preparados em uma grelha a lenha. E mesmo com tantas casas de parrillas na cidade, vale uma pesquisa na hora escolher onde comer. Há muitas para escolher com bom preço e de alta qualidade.
Sabemos que você gostaria de comer de tudo e em abundância, mas na Argentina também não há rodízio, portanto, você pode optar por um prato com um corte de carne, mais um acompanhamento que seja batata frita, assada, purê ou salada (geralmente são pratos MUITO generosos), ou ainda a parrillada, no qual é servido em sua mesa em uma tábua/grelha com variados cortes de carne, porém carnes excêntricas e exóticas não muito comuns no Brasil, ou seja, cuidado com o que pede para não passar sufoco. Muitos perguntam se as carnes argentinas são mesmo tão boas quanto se falam, e a resposta é sim. Muitos fatores estão envolvidos para que a carne argentina seja de fato mais suculenta e saborosa, como o fato do gado ser de cruzamento europeu, ser criado em pastos planos, muitas vezes em confinamento e etc. Acontece que muitos vêem aquela grande, generosa e suculenta carne no prato, mas se decepcionam na hora de comer. Principalmente por dois motivos que você pode ficar atento: O ponto e o sal. Novamente, devido aos diferentes costumes, o ponto da carne é algo bem diferente do Brasil. Os argentinos gostam da carne sangrando, ou seja, você pode se assustar ao ver uma carne vermelha e quase crua mesmo tendo pedido ao ponto. Então, lembre-se, se deseja uma carne bem malpassada, peça jugosa. Se quer ao ponto, porém ainda um pouco vermelha, peça al punto. Agora se quer a carne mais ao estilo brasileiro, no caso deles bem passada, peça cocida. O sal, por outro lado, é mais uma questão de saúde no país. O fato do país inteiro comer carne exageradamente, tornou-se um problema de saúde na Argentina, e decidiram por lei diminuir drasticamente a quantidade de sal na hora de temperar as carnes nos restaurantes. Inclusive, retiraram também os saleiros das mesas, para você não sentir na obrigação de colocar sal quando o prato chegar. Contudo, há uma solução para nós que somos acostumados com carnes muito bem temperadas. Você pode, é claro, pedir ao garçom o saleiro e ele irá com todo prazer buscar para você. Ou você pode pedir o chimichurri, um molho idealizado especialmente para carnes, que irá facilmente transformar a sua carne sem sal em uma carne bem temperada.
Certo, vamos agora, finalmente, aos cortes de carnes argentinas. Ao contrário do Brasil, onde o corte mais famoso é a picanha, na Argentina é o bife de chorizo e é ele que você mais encontrará sendo anunciado nos restaurantes. Não, não é a mesma coisa, e não é aquele chouriço brasileiro. Então, para nomear alguns dos mais pedidos, vamos lá:
O Contrafilé é na verdade o famoso Bife de Chorizo.
A Picanha é o Tapa de Cuadril.
Filé mignon é Lomo.
Patinho é Bola de Lomo.
Fraldinha é o Vacío.
Alcatra é o Cuadril.
Costela é o Asado de Tira.
Filé de costela é Bife Ancho.
O miolo do contrafilé é o Ojo de Bife.
Linguiça é o chorizo, porém não confundir o bife de chorizo.
E para aqueles que gostam de experimentar de tudo, ou aqueles que preferem passar longe, é bom saber que Achurras são os miúdos do boi, normalmente servidos em parrilladas ou entradas. Por exemplo:
Riñones sãos os rins, Chinchulines é o intestino delgado, Morcilla é o chouriço brasileiro, Molleja é uma glândula localizada na garganta do boi.