Carnaval é conhecimento

Facebook
WhatsApp

Já dizia o grande compositor da música popular brasileira, Dorival Caymmi: “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”. Este trecho faz parte da letra da música “samba na minha terra” que teve várias regravações pelo Brasil a fora.
Quando se fala em carnaval/samba, as pessoas confundem a alegria do ritmo contagiante com bagunça. Ao longo do tempo, primórdios do século XX, o samba enfrentou barreiras para ter o espaço que tem hoje. Os sambistas de outrora sofriam quando o samba descia do morro. Se fossem pegos tocando-o nos grandes centros urbanos onde a “nobreza” e a “intelectualidade” reinavam, eram espancados pelos oficiais.
A cada samba tocado, há uma história a ser contada. Por isso que esta cultura popular não pode ser encarada como uma bagunça, um balburdio. Bom sujeito não é, aquele que interpreta o ritmo como uma vadiagem; ruim da cabeça, é aquele que não consegue interpretar as letras um tanto poéticas pelos grandes compositores, e a mensagem que ao longo do tempo eles têm nos transmitido. Exemplo disso foram os enredos das escolas de samba dos grupos especiais de São Paulo e principalmente a do Rio de Janeiro.
A escola São Clemente (RJ) prestou uma homenagem à bicentenária Escola de Belas Artes. Contou a história desde a chegada da missão artística ao Brasil, nos anos de 1800. Fez uma releitura das obras de Debret que retratou o Brasil colônia daquela época. A Beija-flor (RJ) fez uma crítica social-político-religiosa traçando um paralelo entre a atual situação política do país com a obra “ “Frankenstein” de Mary Shelley, que neste ano de 2018 completa 200 anos. A escola Paraíso do Tuiuti (RJ) retratou a escravidão no Brasil e também fez o mesmo paralelo na nossa política atual.
A magia do carnaval vai muito além de fantasias e cores. As mensagens que elas transmitem na avenida nem sempre são percebidas por quem as assistem. Há sempre um conhecimento a ser adquirido pelas pessoas que acompanham. Para se entender todo esse conhecimento compartilhado, é preciso que se saiba, historicamente falando, daquilo a ser transmitido. E o único fator que pode contribuir com todo esse entendimento é a leitura. Há muitas informações por de trás das belíssimas fantasias. Infelizmente, o povo nem sempre se importa com aquilo que está sendo representado pelas escolas ou pelas letras dos sambas. Há um grande estereótipo de que esta manifestação popular é um tempo de divagação, peraltice e vagueação. Para os verdadeiros amantes e conhecedores do ritmo, ele é cultivado o ano todo. São 365 dias analisando aquilo que será discutido, que música será composta e o tema a ser trabalhado. Lamentavelmente, apenas uma pequena parcela entenderá o trabalho feito. A outra sairá fazendo barulho por ai como se realmente entendesse de samba. Estes são os doente do pé, pois dançam conforme o ritmo sem se importar da sua nobre grandeza.

Registrando

VIVA A VIDA

Pais e familiares do jovem Arthur Neves se reuniram na noite de ontem, 30, por um motivo muito especial: celebrar

CAMPEÃO

A equipe Família Palestra conquistou o título do Municipal de Futebol 2024 em Monte Alto, logo em sua estreia na

PEDAL FELIZ

Na quinta-feira, 10 de outubro, o Rotary Club de Monte Alto realizou o projeto “Pedal Feliz”, oportunidade em que fez

ENCONTRO DE PALMEIRENSES

Está confirmado para o dia 23 de novembro o 2º Encontro de Palmeirenses de Monte Alto, que será realizado no