Foi-se mais um novo e outro ano se iniciou. Um novo ano sempre é um motivo de esperança. Ninguém esperava viver esses tempos sombrios que já perduram por quase dois anos. Nós, os professores, lutamos com todas as armas que tínhamos em mãos, mesmo não sabendo, em certa parte, manuseá-las. O medo tomou conta em vários momentos no processo do nosso trabalho. As incertezas eram muitas. Porém, não nos entregamos. E o porquê é fácil de esclarecer. Num país como o nosso só se tornam professores os valentes. Só se tornam professores aqueles que enxergam a mudança através de um giz, de um livro e de um caderno. Ser professor é ser inabalável. Ora, quem mais aceitaria uma profissão que não é muito bem remunerada, abastada de desafios e que tem uma enorme falta de estrutura? Nós somos a essência deste país, embora haja aqueles que não levam a profissão a sério. Entretanto, a quantidade de docentes que vestem a camisa supera os desavisados do é que ser professor.
Vivemos numa guerra diária contra o sistema e com a família. Esta joga toda a responsabilidade sobre as nossas costas porque sabem o quanto é difícil educar. Aquele não quer que construímos um indivíduo crítico porque sabe o quanto é perigoso um cidadão que lê e que questiona. Ler e questionar são os grandes inimigos desse sistema. Para quem sobreviveu as incertezas desses anos, este é o ano da esperança. É o ano da reflexão e de fazer refletir. É o ano que temos que ensinar aos nossos alunos o significado de empatia e resiliência, e de explanar sobre o poder da educação e da importância do professor. Eles sentiram na pele a ausência física deste profissional. Infelizmente, aprenderam da pior forma o quanto o nosso papel é importante na escola, no dia a dia e na vida daqueles que convivem conosco.
Poder vir, 2022! Estamos mais preparados do que nunca. Os desafios são os mesmos: educar para a vida. Porém, se a vida não colaborar, a gente luta. E essa luta só se ganha quem estiver preparado. Só se ganha o verdadeiro lutador que faz pelo amor ao seu trabalho. Ser professor vai muito além da profissão. Vai muito além do que a sociedade pensa. Ser professor é uma luta constante. Só se é quem tiver amor no que faz. Só se fica quem nascer com a docência na alma.