Já disse em outras publicações e volto a dizer que o problema educacional não está concentrado apenas no sistema ou na sua forma curricular. Quantas reformas já passamos na tentativa de melhoria do ensino no Brasil? Essa não será a última tentativa de melhorá-la. Não adianta nos preocuparmos com qual matéria entra e qual sai. Até porque na situação política em que vivemos, nossos jovens jamais iriam abandonar a sociologia e filosofia. Trata-se de uma questão mais subjetiva do que política. Não será esta exclusão que vai melhorar ou piorar o ensino no Brasil. A questão é a base. Continuo insistindo na base. Se a família não caminhar junto, de nada vai adiantar toda e qualquer formulação. Se não tiver o acompanhamento familiar (aquele amálgama que sempre insisto entre escola + família), será mais uma reforma fracassada do governo brasileiro. É preciso que se faça um trabalho da questão cultural deste aluno. Saber do seu histórico familiar para fazer um trabalho diferenciado. Se o aluno não tem o mínimo da base educacional, não é a escola que irá fazer milagres para inseri-lo na sociedade. Este apoio da família é o que mais precisamos para exercer o nosso ofício com mais clareza e facilidade. Acredito que pensar numa reformulação no conselho tutelar, ajudar-nos-ia muito. Estamos caminhando sozinhos. Precisando de um apoio para que a educação fortaleça. Ficar discutindo e pondo culpa em matéria de currículo é conversa para uma boiada inteira dormir. Não adianta nos basearmos no sistema de ensino dos países desenvolvidos. Creio que esse desenvolvimento não é apenas na reformulação de um currículo, mas sim de toda uma base familiar e cultural para se chegar a esse ponto. A base familiar que falo não é a base conservadora, mas sim toda aquela responsável por uma criança durante a sua vida escolar. Ou seja, educação vai muito além de reforma curricular, investimento físico e de bons profissionais. Educação vem da base. Aquela que dialoga e que é presente na vida da criança. A maior filosofia que se tem provém de casa. O maior aprendizado sobre o meio em que o ser vive provém do meio familiar. A melhor arte que se aprende é a arte de educar. A maior atividade física que se aprende é aquela de casa. Aqueles momentos em que pais, mães ou responsáveis ficam o dia todo arrumando a casa. Não há atividade física e aprendizado mais puro do que esses exemplos de casa. Tudo isso reflete no âmbito escolar. Só teremos uma educação de qualidade quando os familiares perceberem que a sua presença é fundamental para se chegar à tão sonhada liberdade educacional brasileira.