Em uma conversa casual com uma criança falávamos a respeito de um texto que esta havia lido na escola e que ela havia achado muito interessante. Explicando sobre a história, a criança conta que era sobre uma menina que falava sobre suas vontades e me ressaltou: não sobre as pequenas vontades da vida, como tomar sorvete todos os dias e brincar ao invés de ir à escola, mas sim as grandes e “gordas” vontades: aquelas maiores e mais difíceis de se realizar.
Na verdade, toda a nossa vida é cercada de pequenas e grandes vontades. Aquelas que podemos satisfazer prontamente, as que dependem de tempo e local adequado, aquelas que devem ser planejadas, conquistadas e as que certamente são sonhos e fantasias, como fazer sumir um trabalho chato.
Mas, o problema maior destas vontades e desejos todos está na famosa impaciência humana. Temos por característica o imediatismo, tudo tem que estar pronto quando desejamos e acontecer no tempo que determinamos. Tudo é para ontem e aí nos decepcionamos, porque não temos paciência e porque não sabemos esperar.
E as crianças aprendem a fazer igual – querem tudo na mão e na hora desejada, não sabem esperar, choram e fazem birras.
Acontece que nem adultos nem crianças possuem uma varinha mágica que faz com que tudo o que pensamos e desejamos aconteça na hora que decidimos. As crianças vão aprendendo isto conforme crescem e são ensinadas pelos adultos. E alguns adultos até hoje não aprenderam.
Saber esperar, ter paciência, deixar a vida seguir o seu ritmo e sua ordem são uma questão de consciência e treino. E isto não pode ser confundido com acomodação. Devemos, sim, lutar para conquistar nossos objetivos, estabelecer metas de vida, acreditar em nosso potencial, em nossa realização profissional e pessoal. Mas não dá para apressar o rio, como diz o título do famoso livro, já que ele corre sozinho.
Quantas vezes as soluções para os nossos problemas e os caminhos para a realização de nossos sonhos surgem justamente nos lugares e nos momentos mais improváveis? Mente tranqüila e em equilíbrio facilita o surgimento de soluções eficientes.
Precisamos limpar nossa mente, visualizar situações tranquilizadoras e os problemas como já resolvidos. Devemos procurar controlar nossos sentimentos e ações perante um imprevisto, respirar fundo, contar até dez e aí sim tomar atitudes ou escolher opções.
Para as crianças: saber perder, ter limites e noção do que pode ter, ou não, naquele momento, esperar sua vez entendendo a disponibilidade dos adultos em atendê-las ajuda a aprender a melhor forma de lidar com as vontades, com os desejos e com a impaciência humana.
Para quase todas as nossas aflições há também o tempo certo para resolvê-las!