Antonio Aranda: da roça para a arte do teatro amador

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IMG_0467Antonio Deamo Aranda, nasceu no dia 10/02/1950 no bairro rural Cachoeira dos Martins. Filho de Sebastião Deamo Aranda e de Deolinda Garatini Deamo, tem três irmãos: João, Maria Aparecida e Izilda. Estudou até o terceiro ano na escola do bairro onde nasceu. Em 1992 mudou-se para a cidade e no ano seguinte começou os estudos no EJA – ensino para jovens e adultos, onde cursou até a 8ª série, t
endo como professora a senhora Elza Della Vechia, de quem guardo muito carinho e agradecimento.

Primeiro Emprego – “Como eu nasci e morei por um bom tempo no sítio, meu primeiro emprego foi na roça, eu ajudava meus pais nos serviços diversos. Lá no sítio do meu pai plantávamos arroz, feijão, milho, cebola, etc… Quando mudei para Monte Alto comecei trabalhar em lojas, como Célia Magazine, Suly Modas; nesta época eu fazia cobranças. Em seguida trabalhei com corretagem, porém, eu senti a necessidade de procurar algo novo e fui na Rádio Cultura falar com o Affonso André, o saudoso “Sanfim”, que me indicou o contato do também saudoso Guto, na época, proprietário do Jornal O Imparcial. E deu certo, em 1994 eu comecei a ser colaborador do Jornal e aqui estou até hoje”.

A infância – “Quando era pequeno, sempre brincávamos na beira do rio, lagoa, nas poças de água grande, pois não tinha açude na nossa propriedade. Pescávamos, jogávamos ‘pelada’, visitávamos os vizinhos e pelo caminho levávamos lamparina (peça feita de lata, com recipiente para óleo diesel e um pavil para acender a chama) porque na zona rural não tinha luz elétrica… Minha infância foi muito boa, sinto saudades da época”.

Uma paixão: O Teatro – “Meu encantamento pelo teatro começou quando eu participei do grupo ‘Amantes da Arte’, que na época era comandado pelo Claudionir Bovério. Logo, ele já me deu um papel importante para interpretar, e me elogiou dizendo que teatro amador eu fazia muito bem, então segui com esta arte em minha vida durante 12 anos. Por motivos maiores, o grupo se desmanchou, então o José Franciosi compôs outro chamado ‘Fonte Viva’. Passado um tempo eu dei continuidade no teatro amador sozinho”.

O Teatro Amador – “Nós nos apresentávamos na cidade e na região, não íamos para muito longe. Lembro-me dos colegas que faziam parte do teatro, entre eles: Sandra Martins, Sanderlino, José Franciosi e outros…”.

Peça: Os Saltimbancos – Perguntado qual a peça de maior sucesso naquele tempo, Antonio respondeu: “O espetáculo que mais marcou foi ‘Os Saltimbancos’, apresentado pelo grupo ‘Amantes da Arte’. Era uma peça composta por quatro personagens, que representavam animais, sendo eles jumento, cachorro, gata e galinha. Passado um tempo eu e a Sandra demos continuidade à peça, com outra roupagem. Lembro-me que veio o Euri Silva, de Barretos, nos ensinar novos métodos de coreografia e ficou bem diferente, muito bonito. Um teatro musical, de classificação infanto-juvenil, até hoje eu assisto a peça, pois para mim teatro é fascinante”.

Peça: Há um vírus entre nós – “Com o grupo ‘Fonte Viva’, do José Franciosi, nós apresentamos a peça ‘Há um vírus entre nós’, que dizia respeito ao vício de droga e doenças infecciosas. Eu interpretava o papel de um homem arrogante, dono de si, que tinha muito preconceito, cujo filho se envolveu com droga e contraiu HIV… enfim, tínhamos objetivo de passar um exemplo da realidade em que vivíamos e vivemos ainda. Esta peça foi apresentada há aproximadamente 20 anos, porém, é um assunto que persiste atualmente, assombrando familiares. Seria interessante ter um espetáculo teatral com este foco nos dias de hoje”.

Peça: ‘Além da Fantasia’ – “Era um espetáculo teatral infantil, que eu criei sozinho, com algumas dificuldades, mas ficou muito bacana”.

MIMA – Movimento dos Idosos de Monte Alto – “Faço parte do clube há 15 anos. Comecei frequentando o forró, e depois como associado. Antigamente, os forrós de domingueira, como eram chamados chegavam a ter 400 pessoas no salão. Até hoje são feitos os bailes da região, cada sábado numa cidade, totalizando clubes em sete cidades participantes, entre eles o MIMA. Fazemos excursões para o Termas dos Laranjais, para a Praia, entre outros lugares. Este ano houve uma mudança na administração, a ex-presidente, D. Olimpya Buzeto, soube administrar muito bem, sendo uma pessoa importante para o clube. Agora, a atual presidente é a Aracy de Carvalho, esposa do ‘Fio Preto’”.

A Fé – “Sou Católico, porém frequento pouco a Igreja. Temos que ter fé, mesmo quando não frequentamos. Em minha opinião devemos acreditar e rezar sempre, respeitar as pessoas, independente do seu credo. Não somente dentro da igreja é que receberemos a graça, mas basta termos fé e nosso momento de oração para acreditar que Deus fará tudo por nós”.

Mensagem – “Os jovens não podem se perder nos vícios que estão presentes hoje em dia. Precisam estudar e seguir firme, mas com cuidado nos caminhos que andam”.

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