O transtorno de ansiedade é muito divulgado hoje em dia e existem várias pessoas que acabam se identificando com alguns sintomas descritos e se acham portadoras, erroneamente, do problema.
A ansiedade, em seu limite normal, nos impulsiona e nos prepara para situações novas ou importantes e até pode ser prazerosa quando, por exemplo, esperamos algo muito bom acontecer como uma viagem de férias, uma festa ou a chegada de uma pessoa querida.
É importante saber que é comum nos identificarmos com alguns sintomas de determinados transtornos e que se aplicam ao nosso comportamento, mas, somente reconhecer algumas características não significa que temos um problema. Vários comportamentos e sentimentos são comuns, em menor intensidade e duração, entre todos nós: podemos sentir angústia, tristeza, ansiedade, desânimo e medo em determinados momentos de nossa vida. Somente um profissional qualificado tem instrumentos e recursos para avaliar se um indivíduo é, ou não, portador de um transtorno emocional.
A insegurança é também mais uma sensação que geralmente acompanha grande parte das pessoas inclusive as que são muito ansiosas. Mas também serve, por exemplo, para nos fazer avaliar previamente as situações não agindo com impulsividade.
Tanto a ansiedade quanto a insegurança – se presentes constantemente em nossos atos – podem ser consideradas prejudiciais e comprometer, consideravelmente, nossa qualidade de vida. E isto acontece tanto com os adultos quanto com as crianças.
Na criança, a ansiedade pode produzir comportamentos impulsivos e dificuldades de manter a concentração prejudicando o desempenho escolar e promovendo dificuldades para lidar com os erros e frustrações, além de trazer muito sofrimento.
No adulto, a ansiedade provoca um estado de alerta contínuo, como se estivéssemos sempre prontos para a defesa ou o ataque. Este estado pode provocar grande desconforto físico como taquicardia, sudorese, tensão muscular e distúrbios do sono, entre outros. O adulto com transtorno de ansiedade está constantemente submetendo seu corpo a um estado de alerta e várias substâncias químicas podem ser secretadas pelo organismo, produzindo situações de estresse.
A insegurança, para a criança, faz com que ela não seja capaz de enfrentar algumas situações ou que as enfrente com muita dificuldade podendo criar até a dependência de um adulto, geralmente de um dos pais, para realizar as atividades de rotina.
O adulto inseguro é aquele com dificuldades de tomar decisões, que tem necessidade de ouvir a opinião de todos, não confia em seu próprio julgamento e não desenvolve todo o seu potencial por não acreditar que ele exista ou que seja capaz de solucionar seus problemas utilizando suas habilidades.
Várias situações da vida, principalmente situações novas ou de mudanças, nos levam a ser mais ansiosos ou mais inseguros e não há nenhum problema nisto desde que estes sentimentos não tomem conta de nossas ações e interfiram em nossos relacionamentos interpessoais e em nosso desempenho ocupacional.
Mas, quando percebemos que estes podem ser os principais sentimentos vivenciados na maior parte de nossos dias, é hora de avaliar a situação e o prejuízo que ela pode estar trazendo tanto para a vida dos adultos quanto para a da criança.
Dra. Luciene Pugliesi Rebonato, Terapeuta Ocupacional, Especialista em Psicopedagogia Clínica e em Acupuntura Tradicional Chinesa, Sócio-proprietária da Escola de Educação Infantil Recrearte. Contato: 3241-2770 ou lurebonato@yahoo.com.br
