Raymundo, pessoa educada e competente. Filho exemplar. Estudou na Universidade Federal de Fortaleza.
Com 32 anos vem para Maringá, no Paraná. Sua Profissão: Agrônomo – que amava tanto. Se compenetra no trabalho e vai para a MANAH (empresa de adubos, fertilizantes e insumos para a terra fortificar). Fez amizade com todos os funcionários e, muito amigo de José Florindo, a amizade se solidificou.
Foi morar em nossa casa, estava noivo e logo gostaria de se casar. Tendo deixado a noiva Nauila em Fortaleza, economizava em tudo para em breve buscá-la na Capital do Ceará.
Seis meses foi o tempo certo. Vai para a capital cearense e traz a noiva para junto de nós. Ela ficou residindo em nossa casa, pois era grande e ela se ajeitou muito bem.
Conversa vai e conversa vem, combinavam tudo sobre o matrimônio e sobre o futuro que iam realizar. Constituir família é o que mais queriam. Tudo arranjado! Tudo pronto! Foram seis anos de amor entre Mundinho e Nauila. Se amavam demais. Namoro, noivado e preparativos para o casamento. Seis anos de amor à distância – mantinham os dois enamorados cada vez mais apaixonados.
Ela, Professora Primária, deixou sua profissão. Sr. Natan, o Gerente da Manah, “onde plantando tudo dá”, conseguiu para Nanila uma classe nas dependências da empresa como mestra das pessoas que ainda não tinha escolaridade.
Seis meses se passaram e chegou o dia. Tudo nos devidos lugares: roupa para os noivos simplesmente maravilhosas. A mãe de Mundinho (Raymundo) veio para Maringá para ajudar em algo que precisassem. D. Maria ficou em casa e era absolutamente atenciosa aos serviços desta festa do filho com Nauila.
Na Igreja Santa Cruz, eu e José fomos padrinhos e no Civil, Sr. Natan e esposa.
Maravilhosa cerimônia, Padre Francisco celebrou e com pompas e glórias, tudo deu certo. Todos foram para a minha casa onde organizamos e oferecemos um jantar para trinta pessoas.
– Como o povo deste interior é maravilhoso! Disse Nauila.
Nauila, órfã de mãe e Mundinho de pai, chorou muito a ausência deles. Somente D. Maria, mãe do noivo estava ali presente para testemunhar tão linda união. Algumas fotos registraram os acontecimentos. Os recentes marido e mulher passaram a noite num hotel da cidade. Prazer enorme em ceder nossa residência: eles eram simplesmente maravilhosos. Mas agora, enfim sozinhos.
Dia seguinte retornaram à nossa casa. Passamos a tarde falando sobre a festa. Raymundo se preparava para o dia seguinte. Era dia de trabalho na Manah. Campos, vegetação, roças… para vistoriar e dar pareceres.
E assim acontecendo, aconteceu também depois de um mês que Nauila estava grávida. O casal resolveu se mudar para um apartamento na torre de um prédio, no 4º andar.
O tempo passou. Nove meses e o bebê chegou: uma linda menina, a alegria dos pais e dos padrinhos.
Como se chamará? Marjorie, a avó paterna escolheu. E foi assim que Marjorie foi batizada na mesma igreja do casamento.
Um ano se passou – todos admiravam a menina. Neste período não foram até fortaleza – iriam nas férias de ambos.
Certa tarde, Mundinho não voltou para o almoço. 12h, 13h, 14h e nada. Soubemos então de um acidente na Rodovia Maringá – Londrina. Era o carro dele mais um ônibus. Tanta luta para salvá-lo, tanta luta para retirá-lo dos escombros. Mas… Raymundo estava morto. Uma correntinha com a foto de Marjorie foi achada. Todos desesperados – um acontecimento dramático, desesperador que nunca mais queremos ver.
Aquele amor à distância valeu enquanto viveram. Agora só saudade, lembrança, recordações, velório de duas horas em Maringá e… resolveram levar o corpo para Fortaleza. Tinha tudo pra dar certo, mas o destino não quis. Esta foi a vontade de Deus. O Pai está protegendo mãe e filha. A vida continua.
Continuamos amigos, e lá de longe: o silêncio fala pela emoção (Carmem Dolores). Eles nos encantaram com vossa simplicidade e carinho! Obrigada Senhor! Deus proteja Nauila e Marjorie.
