Que toquem os sinos em nome da esperança e que traga a alegria do toque deste sino. A esperança está mais viva como nunca. Ela flora dos lugares onde jamais achássemos que iria florir. O respeito ainda prevalece mesmo sendo um país onde professor não é valorizado. Se todos soubessem da vida árdua que tem um professor, talvez este respeito fosse muito maior. E quando ele vem, perdoem-me; as lágrimas que jorram são de alegria. O que os alunos fizeram para aquele professor que estava há dois meses sem receber foi de nos embriagar de esperança e nos alimentar da crença de que ainda há possibilidades de melhoria. Ao longo da história vimos e ouvimos grandes mestres influenciando seus alunos. Hodiernamente vemos muitas situações opostas onde os alunos enfrentam, agridem fisicamente e verbalmente os professores. O caso que aconteceu no Ceará, onde alunos fizeram uma vaquinha para dar ao professor, é de se aplaudir de pé. Foi um simbólico valor de quatrocentos reais, porém, saiu mais linda e significativa a atitude da sala do que a quantia em dinheiro. Enxergar a vida dura que um docente tem é saber valorizá-lo. Esses alunos foram além. Aquele professor que teve que ficar alojado na escola, recebeu muito mais do que quatrocentos reais e um pequeno alívio para o seu bolso: recebeu compaixão, esperança de uma educação melhor e principalmente a empatia. Isto ficará marcada para sempre na vida desse docente e na vida dos adolescentes. Por mais que a vida um dia os afastará, o vínculo criado entre aluno e professor será imortalizado. As aulas de artes nunca mais serão as mesmas. Aquelas serão as melhores para a sala e, consequentemente, para o professor. Essa reciprocidade de sentimentos e respeito entre professor/aluno é o que falta nas escolas. Todo docente está ali para ensinar e criar um bom vínculo com os seus alunos. Quando este respeito é mútuo, a educação passa a se fortalecer e a qualidade do ensino melhora apressuradamente. São essas atitudes que nos movem a acreditar ainda mais que a esperança pode ser replantada nas escolas do país. O que temos que fazer é alimentá-la com o nosso engajamento docente para que os nossos alunos acreditem no nosso trabalho e, consequentemente, eles possam conscientizar sobre a importância que tem uma educação de qualidade num país em desenvolvimento. Que exemplos como este se espalhem pelo Brasil afora tocando o coração dos nossos estudantes, para que eles saibam do tamanho do comprometimento e da magnitude do papel que um professor tem perante a uma sociedade falida de valores e de ética. O alerta está lançado. O sopro da esperança foi ecoado por todos os cantos da nossa brasilidade.
