Olho o céu ao anoitecer,
e vejo a estrela menor
piscando tímida
no céu de outono.
A imensidão,
o nada e o tudo
se entrelaçam em minha mente.
Passado e presente
nas malhas do infinito
lembram-me histórias.
Meu Paraná, minha terra
de um vermelho quente
qual tinta que não se dilui.
Minha terra
de gente carinhosa.
Terra dos circos
dos dramas teatrais, das bailarinas
dos palhaços.
Quando te vejo nas lembranças
palhaço, tão colorido,
sinto um desejo incontido
de sorrir contigo.
Quem sabe
esconder atrás de tua máscara
uma tristeza que trago comigo.
Ao lembrar esse olhar tão preto e branco,
pintado de lágrimas
eu pergunto em pranto:
Por que, palhaço?
Porque temos de sorrir
para mostrar à multidão
faminta,
uma felicidade
que aos poucos
deixou de existir?
Por que, palhaço?
Por quê?