Tudo é efêmero, é passageiro; a vida sempre traz a sua arte de impressionar neste curto caminho que ela nos concede. Tudo o que fazemos tem o seu peso e a sua medida. Num mundo dominado pela materialidade e pela utopia, o diálogo da alma e os encontros por acaso dos acasos sobressaem-se nesta algazarra de mundo. Privar-se das coisas que a vida nos coloca, ou até mesmo negar os encontros que ela proporciona é negar os encontros vividos por outras vidas. É negar a saga dos amores que encarnam e reencarnam.
O fazer o certo ou estar fazendo errado é subjetivo. É errado para quem? Ora, só vive uma única vez. Negar os amores, as oportunidades e os encontros de alma é negar a própria existência. Não é ser egoísta. É se preocupar com a nossa própria felicidade num mundo que a todo o momento quer nos ver triste.
Há duas coisas que possuímos que confabulam a todo o tempo: alma e coração. Aquela rege este, pois ela sabe das vidas passadas. A alma é quem toca o coração. É ela quem conduz o destino do indivíduo. O coração apenas assina embaixo. A alma traz, ao longo do tempo, amores e histórias inacabáveis em outras vidas. É uma continuidade eterna. É por isso que existem os acasos, os encontros e os diálogos. As pessoas se encontram para terminar suas histórias de outras vidas, mesmo que elas já possuem uma vida feita nesta vida. É um ciclo. Algumas histórias não têm fim.
Mesmo que seja por um único momento, os indivíduos que entram em nossas vidas são personagens que já faziam parte da trama. O homem lá de cima vai narrando e inserindo-os nos seus devidos momentos. Para cada vida vivida existe um capítulo a ser contado pela voz divina. Se evitarmos as nossas próprias narrativas, estar-nos-emos contrariando o desenlace de uma eternidade espiritual. Vinicius de Moraes já dizia que a vida é a arte do encontro. Não existe sorte; existem histórias não terminadas. Não existe coincidência; existe mais um capítulo a ser narrado. Prosseguimos!
