A relatividade da relatividade

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Como já comentei aqui, este ano resolvi voltar para os bancos da escola e a Psicologia foi o curso que escolhi para preencher a minha imorredoura necessidade do saber. Quando a gente entra na faculdade bem jovem, tudo é novidade, é um universo novo que se descortina, aguçando nosso entusiasmo e as palavras dos mestres passam a ser vistas como leis. Já mais velhos, as coisas são um pouco diferentes. Para começar, nosso corpo já não responde com a mesma qualidade, um dia a coluna dói, no outro o ciático incomoda e conciliar a postura exigida pelas carteiras escolares (que não mudam!) não é tarefa das mais fáceis. Estudar à noite também se torna mais cansativo, considerando todas as tarefas às quais nos dedicamos durante o dia, somadas às preocupações, às contas a pagar, as pendências a resolver.
Mas, essas coisas a gente até resolve bem, um Dorflex daqui, um Tandrilax dali, uma cochiladinha na aula, para a qual nossos cabelos brancos obtêm um complacente perdão. O que fica mais difícil mesmo são as questões ideológicas, pois já passamos pelo entusiasmo da juventude, já provamos diferentes teorias e constatamos que nem todas se ajustam à realidade, como muitas vezes os professores tentam fazer crer, e já temos as nossas convicções e ideologias mais arraigadas, às vezes até calcificadas, o que nos põe um tanto céticos diante de algumas afirmações.
Tenho ótimos professores mais velhos que eu e também ótimos professores mais jovens que eu. Algumas correntes de pensamento eu já conheço e até compartilho de seus valores, com outras concordo em partes, mas, o que me indigna é ver uma certa tendência em utilizar a teoria de Einstein um pouco fora do contexto, afirmando-se que tudo é relativo. Não apenas discordo disso como ouso dizer que existe uma relatividade na própria relatividade. Os conceitos de bem e mal, de certo e errado são o que são, apenas. São conceitos que, pela experimentação, atravessaram não apenas décadas e uma ou outra corrente filosófica, em vez disso, atravessaram milênios e sobrevivem e se aperfeiçoam, dos filósofos pré-socráticos até os contemporâneos.
Há perguntas para as quais não temos respostas e continuaremos não tendo, porque fogem à lógica estabelecida, fazem parte do etéreo, do desconhecido, do que está além do raciocínio humano. Há muitas coisas que exigem uma reflexão racional e precisam ser trazidas para o terra a terra, para o mundo real, no entanto, há outras que nunca deixarão o terreno das possibilidades. Hipóteses que podem ser colocadas, mas nem sempre poderão ser testadas e muito menos confirmadas ou descartadas e permanecerão no mundo das hipóteses.
A filosofia engloba o estudo da alma humana e nem sempre comporta a experimentação. Tem coisas que são uma questão de fé ou de falta de fé, sobre as quais nunca se chegará a um consenso satisfatório. Depois de viver algumas décadas – que é muito pouco diante da imensidão do tempo –, depois disso, a gente consegue encarar com tranquilidade que menos é mais e que a vida é bem mais simples do que parece. Com 20 anos a gente acredita em muitas coisas que já não fazem o menor sentido aos 60 e, aos 60 a gente sabe que tem menos tempo, por isso se importa com coisas diferentes, que nem passam pela nossa cabeça aos 20.
Enfim, buscar o conhecimento, cultivar o saber é muito importante, seja aos 20, aos 40, aos 60 ou aos 80, mas, o que vale mesmo é cultivarmos valores e sabermos que muita coisa que parece relativa não é, e esse saber faz toda a diferença na vida de qualquer pessoa.

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