Havia tempos que eu não sentia a escola tão viva como senti nesta volta às aulas. Os corredores estão mais movimentados, os gritos e a correria das crianças estão se tornando música aos nossos ouvidos e os adolescentes estão se socializando. Parece-me que a guerra entre professor, aluno e celular se cessou. Há certa humanidade nos alunos, olho no olho, afetividade e empatia. Antes, mal se falavam , mal se concentravam e não se socializavam. Que pena que passamos por tudo isso. Será mesmo que a tecnologia veio para agregar com a educação?
Nenhuma inteligência artificial e nenhuma tecnologia substituirão os sentimentos humanos. Podem melhorar a nossa vida, mas jamais terão o poder de sentir o que sentimos. Fizeram da escola uma cobaia para as novas tendências tecnológicas. Disseram que melhorariam a educação e que tínhamos que entrar de vez do século XXI. Apostaram no futuro sem rever o passado e o presente. Como podemos falar em tecnologia se há crianças e jovens passando de ciclo em ciclo sem saber ler, escrever, interpretar e fazer cálculos matemáticos? Simplesmente, forneceram a ferramenta sem o alicerce. Duvidaram da escrita a mão, dos livros físicos e principalmente da leitura. Criaram “QR CODES” e ambientes virtuais achando que a educação melhoraria. Nenhuma tecnologia deve entrar na escola sem que se saiba o mínimo de leitura, cálculo e interpretação. A escola sempre dependerá do papel, da caneta e de uma cabeça pensante que consiga expor seus pensamentos e emoções através da escrita.
Outrora, eu dizia que era difícil você ensinar alguém que não queira aprender. Depois, ficou impossível ensinar quem não quer aprender e que está o tempo todo no celular. Embora haja algumas resistências, a escola voltou a viver. Não que a tecnologia seja desnecessária, mas a falta de controle sobre ela tem adoecido o nosso ambiente. Expulsamo-la e com todas as razões possíveis. Daqui alguns anos, voltaremos a falar sobre os índices da educação brasileira. Anotem: haverá uma melhoria absurda nos desempenhos dos alunos. Isso não é uma utopia, mas sim uma realidade de quem acredita na educação e acredita no poder transformador que ela tem. Em breve, voltarei com o mesmo título e com excelentes notícias. Aguardem!